sexta-feira, 25 de março de 2016

UM CONVITE À REFLEXÃO







Advogado, economista, jornalista, foi vereador de Campo Grande e deputado federal.

            Tem gente comparando a situação política atual a vários outros momentos anteriores da nossa História. Uns, os mais velhos, lembram a derrubada de Jango e o início da ditadura militar em 1964. Outros, mais novos, recordam a morte de Tancredo e a posse de Sarney. Não podia faltar quem faça comparações com o impeachment de Collor.
            Entendo que há um pouco de razão para cada um desses grupos. Mas considero ser necessário observar um elemento novo na situação: o mundo de hoje é muito diferente de cada um e de todos esses três momentos: a realidade virtual faz os fatos se sucederem com espantosa velocidade. O Brasil de agora tem milhões de brasileiros conectados com as exigências globais e, o que é mais impressionante, essa conexão acontece diretamente entre as pessoas, as famílias e os diferentes grupos. Quase sempre de forma independente de partidos políticos e de entidades da chamada sociedade civil.
            Em outras palavras, a conexão nos faz prescindir de intermediários. Falamos por nós mesmos. Descobrimos e acreditamos na nossa própria capacidade de agir, de falar e, consequentemente, de exigir.
Por isso os políticos perdem representatividade ao menor deslize. Por isso os partidos se nivelam por baixo, se igualam pela mediocridade e, lógico, deixam de ser importantes. Por isso os mandatos conquistados nas urnas valem hoje muito menos do que valeram em outros tempos.
            Se, de fato, a democracia é a voz do povo, jamais fomos tão democráticos.
            Mas há um risco muito grande nisso tudo: o risco da incerteza onde vamos chegar. Ninguém, com juízo perfeito, tem condições de fazer uma previsão no mínimo razoável. Até porque qualquer que seja o resultado dessa demanda (ao mesmo tempo política, partidária e popular!) parece nos reservar uma Nação fragmentada e ferida.
            A História da humanidade reproduz a ação dos seus líderes. Ao longo dos séculos, bons e maus líderes, conduziram os povos. Por essa razão, há um rastro imenso de sangue na História de cada povo.
            O momento atual nos mostra a fragilidade das lideranças de todas as concepções ideológicas e partidárias. O Brasil de hoje parece um barco à deriva. Não há um comando firme, competente e sereno.
            E não estou falando do governo atual. Muito menos de Dilma. Minha preocupação não é com os problemas. Preocupo-me com as soluções. Até porque o que vejo e sinto são movimentos em direção à intolerância e esse é o caminho mais curto para o caos.
Dos três Poderes, Executivo e Legislativo estão combalidos em razão dos próprios erros. Em um e no outro, as marcas da corrupção demonstram que ela, a corrupção, deixou de ser fato pontual para se tornar uma praga sistêmica que atinge igualmente os partidos e, por consequência, as instituições públicas e privadas.
Resta-nos o Judiciário.
O mesmo Judiciário que sempre foi o Poder apaziguador dos conflitos. Judiciário que nunca, como agora, tem a grandiosa tarefa institucional de punir exemplarmente os culpados, mas, também e ao mesmo tempo, consiga refrear os ânimos e sinalizar o rumo da concórdia e da paz, sem as quais nosso futuro, vale dizer, o futuro dos nossos filhos e netos, está seriamente ameaçado e comprometido.
Enquanto isso, cabe a cada um de nós, o dever da vigilância crítica, mas responsável. Para começar, precisamos compreender e aceitar que o grande mérito das democracias é a convivência das ideias contrárias. Além disso, independentemente das nossas escolhas partidárias, podemos e devemos usar nossa força de aglutinação social para reivindicar a excelência dos serviços de educação, saúde, transporte, segurança é todos os outros necessários e indispensáveis à consecução da nossa cidadania.
Finalmente, no que se refere à corrupção e aos corruptos, não entremos na tola discussão segundo a qual o “o corrupto do meu partido e menos corrupto que o do seu partido”. Tenhamos sempre em mente que corrupção é crime e todos criminosos devem ser punidos, sejam de que partido ou ideologia forem.
E crimes são da alçada da polícia e da Justiça.

            Tem gente comparando a situação política atual a vários outros momentos anteriores da nossa História. Uns, os mais velhos, lembram a derrubada de Jango e o início da ditadura militar em 1964. Outros, mais novos, recordam a morte de Tancredo e a posse de Sarney. Não podia faltar quem faça comparações com o impeachment de Collor.
            Entendo que há um pouco de razão para cada um desses grupos. Mas considero ser necessário observar um elemento novo na situação: o mundo de hoje é muito diferente de cada um e de todos esses três momentos: a realidade virtual faz os fatos se sucederem com espantosa velocidade. O Brasil de agora tem milhões de brasileiros conectados com as exigências globais e, o que é mais impressionante, essa conexão acontece diretamente entre as pessoas, as famílias e os diferentes grupos. Quase sempre de forma independente de partidos políticos e de entidades da chamada sociedade civil.
            Em outras palavras, a conexão nos faz prescindir de intermediários. Falamos por nós mesmos. Descobrimos e acreditamos na nossa própria capacidade de agir, de falar e, consequentemente, de exigir.
Por isso os políticos perdem representatividade ao menor deslize. Por isso os partidos se nivelam por baixo, se igualam pela mediocridade e, lógico, deixam de ser importantes. Por isso os mandatos conquistados nas urnas valem hoje muito menos do que valeram em outros tempos.
            Se, de fato, a democracia é a voz do povo, jamais fomos tão democráticos.
            Mas há um risco muito grande nisso tudo: o risco da incerteza onde vamos chegar. Ninguém, com juízo perfeito, tem condições de fazer uma previsão no mínimo razoável. Até porque qualquer que seja o resultado dessa demanda (ao mesmo tempo política, partidária e popular!) parece nos reservar uma Nação fragmentada e ferida.
            A História da humanidade reproduz a ação dos seus líderes. Ao longo dos séculos, bons e maus líderes, conduziram os povos. Por essa razão, há um rastro imenso de sangue na História de cada povo.
            O momento atual nos mostra a fragilidade das lideranças de todas as concepções ideológicas e partidárias. O Brasil de hoje parece um barco à deriva. Não há um comando firme, competente e sereno.
            E não estou falando do governo atual. Muito menos de Dilma. Minha preocupação não é com os problemas. Preocupo-me com as soluções. Até porque o que vejo e sinto são movimentos em direção à intolerância e esse é o caminho mais curto para o caos.
Dos três Poderes, Executivo e Legislativo estão combalidos em razão dos próprios erros. Em um e no outro, as marcas da corrupção demonstram que ela, a corrupção, deixou de ser fato pontual para se tornar uma praga sistêmica que atinge igualmente os partidos e, por consequência, as instituições públicas e privadas.
Resta-nos o Judiciário.
O mesmo Judiciário que sempre foi o Poder apaziguador dos conflitos. Judiciário que nunca, como agora, tem a grandiosa tarefa institucional de punir exemplarmente os culpados, mas, também e ao mesmo tempo, consiga refrear os ânimos e sinalizar o rumo da concórdia e da paz, sem as quais nosso futuro, vale dizer, o futuro dos nossos filhos e netos, está seriamente ameaçado e comprometido.
Enquanto isso, cabe a cada um de nós, o dever da vigilância crítica, mas responsável. Para começar, precisamos compreender e aceitar que o grande mérito das democracias é a convivência das ideias contrárias. Além disso, independentemente das nossas escolhas partidárias, podemos e devemos usar nossa força de aglutinação social para reivindicar a excelência dos serviços de educação, saúde, transporte, segurança é todos os outros necessários e indispensáveis à consecução da nossa cidadania.
Finalmente, no que se refere à corrupção e aos corruptos, não entremos na tola discussão segundo a qual o “o corrupto do meu partido e menos corrupto que o do seu partido”. Tenhamos sempre em mente que corrupção é crime e todos criminosos devem ser punidos, sejam de que partido ou ideologia forem.
E crimes são da alçada da polícia e da Justiça.


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