sábado, 1 de agosto de 2015

NA AMIZADE DOS DOIS, NÓS QUE LEVAMOS FERRO



Valdir Cardoso (*)


           Fica comprovadao, mais uma vez, a promiscuidade no relacionamento, que deveria ser republicano, entre os membros dos Poderes constituídos - Legislativo, Executivo e Judiciário - e órgãos auxiliares, como por exemplo o Tribunal de Contas e até mesmo membro de jornal impresso e acionista de emissora de TV, com a consstatação, através da publicação original do combativo jornal eletrônico TOP MIDIA NEWS, que também divulgamos em nosso Site www.ojornalms.com.br, levando ao conhecimento público o teor de uma conversa gravada pela Polícia Federal, com autorização judicial entre o presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, ex-deputado do PSDB, Waldir Neves, e o empresário João Alberto Amorim, acusado nas investigações da Operação LAMA ASFALTICA de ser o chefe de uma quadrilha que fraudava licitações e ter usado dinheiro sujo proveniente da corrupção e por isso apontado também como mentor, ao lado vereador Mário Cesar, presidente da Câmara de Vereadores, do esquema que promoveu a compra de vereadores para cassar o mandato do prefeito eleito Alcides Bernal, para elevar o vice prefeito Gilmar Olarte à chefia do Executivo, mantendo assim o monopólio de suas empresas na execução das obras, coleta de lixo a cargo do município. 
          O Objetivo do encontro que marcaram durante o amável diálogo dos dois, sendo um o presidente da instituição responsável pela fiscalização das contas das prefeituras dos 79 municípios do Estado, das Câmaras de Vereadores, dos três poderes, dentre as quais as contas da Assembléia Legislativa, como órgão auxiliar do Poder, e o empresário acusado de corrupção, seria as tratativas para decidir sobre a escolha do nome de um novo conselheiro para integrar o TCE de Mato Grosso do Sul.
O que causou espécie em tudo isso foi a descoberta da influência que o empreiteiro exercia em todos os setores, a exemplo do que sempre deixou transparecer o conselheiro Waldir Neves, se vangloriando de ter todos os poderes nas mãos. Esta inacreditável parceria entre aquele que tem a caneta para decidir sobre a rejeição de contas e até de promover a cassação de mandatos eletivos e aquele que tem o poder do dinheiro, muito dinheiro sujo para corromper vereadores mequetrefes, é algo antes nunca visto em nosso Estado.
           O perigo desta relação amoral, promíscua mesmo, que poderia culminar em uma possível associação criminosa, até porque o empreiteiro demonstrou não ter medo de nada e o presidente do Tribunal de Contas ser portador de uma subserviência canina. E isto seria o mesmo que o Presidente do Tribunal de Contas da União ligasse para o presidente da Odebrechet ou da Camargo Corrêa para acertar um encontro "naquele lugar de costume" para decidirem quem deva ser o novo conselheiro do órgão fiscalizador, que analisa também os contratos do Governo Federal com as empreiteiras.
         
          Outro fato que deve ficar claro, até porque a repercussão da matéria jornalística foi muito grande e algumas pessoas, por brincadeira ou não, interpretaram o título da manchete de forma jocosa: "João Amorim tinha um relacionamento íntimo com o presidente do TCE". Não tem nada estranho no título, pois amigos de verdade compartilham segredos, projetos e experiências e isto não significa nenhum tipo de "frescura", agora quando dois amigos de boa índole  se encontram se abraçam e até se beijam no rosto, mas quando são bandidos podem fazer qualquer coisa, inclusive montar uma quadrilha para fraudar licitações e roubar os cofres públicos, também sem "frescura", apenas com um enorme desejo de enriquecer ilicitamente. Po outro lado, mesmo sem ter conversado com os autores da matéria, pela minha experiência, posso garantir que o objetivo jornalístico era um só: informar. E os leitores gostaram.

(*) O autor é jornalista há 45 anos, ou mais. Foi editor do jornal DIÁRIO DA SERRA, órgão dos Diários Associados, chefe da Sucursal da Folha de Londrina, vereador por dois mandatos, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, prefeito da Capital, deputado Estadual, chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde, Assessor especial e sub chefe da Casa Civil no Governo do engenheiro Pedro Pedrossian.   

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