segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Paciente 'acorda sem dedos' e reclama de médicos que estavam no WhatsApp


 Ele queria preservar os dedos depois de acidente

Por:  Thatiana Melo ( Midiamax )



   Um acidente na manhã deste sábado (15) com uma caçamba resultou na amputação dos dedos de Benício Cabral, de 32 anos, sócio de uma empresa de aluguel de caçambas. Revoltado, o paciente garante que perdeu os dedos porque, enquanto aguardava na mesa de cirurgia, os médicos conversavam pelo WhatsApp.
   Benício disse que o acidente ocorreu por volta das 9 horas, quando descarregava uma caçamba e acabou quebrando os dedos e dois deles tendo a parte superior quase decepada. “Quando vi a situação recoloquei os dedos no lugar, já que tenho curso de primeiros socorros, e corri para o hospital para que reimplantassem meus dedos”, relata.
   Ainda de acordo com Benício ao chegar ao pronto-socorro do hospital foi atendido com rapidez, mas depois de fazer raios X é que começou a demora para a realização do procedimento. “Estava demorando demais e fiquei com medo de perder meus dedos. Falei com o médico, que acabou me convencendo de que tinha muita gente na minha frente também precisando de atendimento”, fala.
  O paciente foi convidado pelo médico para dar uma 'voltinha' pelos corredores do hospital e ver a situação de outros pacientes. “Fiquei até comovido com a situação, mas não queria perder meus dedos”, explica. De acordo com o relato somente às 17h30 o paciente foi encaminhado para o centro cirúrgico, mas ao chegar à mesa de cirurgia teve de esperar por mais uma hora, já que segundo Benício os médicos estavam 'ocupados' no WhatsApp.
   “Fiquei revoltado com a situação, eu ali esperando deitado na mesa de cirurgia e os médicos trocando mensagens no WhatsApp, quer dizer ia perder meus dedos porque eles estavam conversando?”, diz indignado. Benício foi operado e teve os dois dedos amputados pelos médicos. “Não autorizei esta amputação. Fiz de tudo para tentar salvá-los (dedos) e simplesmente cortaram fora. Até agora não vieram me explicar o que ocorreu e nem a cara do médico eu vi”, diz.
   “Pretendo ver com meu advogado o que pode ser feito. Vou ver quais providências jurídicas posso tomar contra o hospital”, explica. Benício ainda diz que a revolta maior é ter de ficar esperando enquanto os médicos que deviam tentar salvar seus dedos estavam no WhatsApp. “É simplesmente revoltante. Quantas pessoas deixam de ser atendidas por causa desse WhatsApp?” indaga.

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