sábado, 14 de maio de 2016

MEMÓRIAS DA RUA 14 DE JULHO




REEDITEI O TEXTO EM 2014 E O FAÇO NOVAMENTE PORQUE VEM À MEMÓRIA DE UMA ÉPOCA E EM QUE CAMPO GRANDE ERA A "CAPITAL ECONÔMICA DO MATO GROSSO", QUANDO TODOS SE CONHECIAM. MUITOS DOS PERSONAGENS AQUI CITADOS NÃO ESTÃO MAIS ENTRE NÓS, MAS  NUNCA DEIXARÃO DE POVOAR MINHAS MAIS PRECIOSAS LEMBRANÇAS, POIS FAZEM PARTE DA MINHA HISTÓRIA, DA QUAL MUITO ME ORGULHO EXATAMENTE POR TER CONQUISTADO TANTAS AMIZADES IMORREDOURAS. ERA UMA CIDADE DE GENTE FELIZ.


Atualizei o texto hoje para completar uma pequena parte da história da Rua 14 de Julho, de quase tudo que acompanhei desde 1965, quando deixei o Exército e fui trabalhar no Banco do Povo, na Barão do Rio Branco, pertinho do Bar do Zé, e depois, já no Diário da Serra a partir de 1968.  Estas histórias, que vai impedir que pessoas que ajudaram a implantar esta cidade gostosa de se viver sejam esquecidas completamente, isto porque nossa memória e curta, farão parte do meu livro que contará um bom pedaço da nossa experiência de vida. Este texto logo abaixo foi escrito no dia que faleceu o amigo George El Sayegh, fotógrafo e grande amigo de todos no jornal Diário da Serra.

Tradicional CASA ROCHEDO, dos irmãos ARMEN E MUCHEQUE CHINZARIAN


MAIS QUE UM "VALE A PENA VER DE NOVO, por isso reedito postagem colocada no Face há exatamente um ano,14 de maio de 2014.
É com inegável orgulho que registro o fato de me considerar uma pessoa privilegiada, apesar de todos os meus erros, meus incontáveis fracassos, das oportunidades perdidas, dos amores desfeitos, dos tropeços inúmeros, sem levar em conta as vitórias conquistadas com muita luta, alegrias incontáveis, prazeres efêmeros, passageiros mesmo e hoje, quando quase já vejo o sol pelas costas, encontro novos amigos e ainda tenho a oportunidade de, mesmo me considerando fraco diante de tanta opressão, poder servir de exemplo e poder ajudar pessoas que precisam de um carinho, de uma força que posso transmitir, até sem nunca imaginar que eu teria este tipo de oportunidade. Obrigado Senhor, por tudo que me proporcionou.
HOMENAGEM A MAIS UM AMIGO QUE PARTIU:GEORGE EL SAYEGH
Recordo com imensas saudades da época em que juntos íamos tomar um cafezinho na Lanchonete Copacabana, que era administrada pela amiga inesquecível Adélia Nantes Zurutuza, mãe do Guilherme Filho. Eu, cabeludão bem no estilo anos 60 e o George El Sayegh já um pouquinho calvo, onde sempre nos encontrávamos com o Nerone Maiolino e seu inseparável cachimbo, com o Muhidine e o Gaze; com o Oscar nos observando em frente da Kondorffer , na época em que o Gaby, grande cinegrafista e flamenguista estava sempre a postos. Isto tudo em frente ao FOTO EDUARDO, do meu inesquecível amigo e padrinho de casamento Eduardo chekerdemian. O Studio do Sayegh era na recém construída Galeria São José, onde também estava instalada a MOLINA MODAS, do amigo Arnaldo, ao lado da Rivo Magazine, dos amigos Oliveira e Toninho, que constantemente recebiam a visita do então jovem ator (TV TUPI) Luiz Gustavo (Tatá), que ficou famoso nacionalmente estrelando o folhetim "Beto Rockfeller" e posteriormente se transferiu para a Globo, atuando em várias novelas e programas humorísticos, dentre os quais o "SAI DE BAIXO". Conheci Luiz Gustavo através do amigo Ivan Paes Barbosa, quando fomos até a Bolívia para um encontro com o Sr. David Banzer, irmão do então presidente boliviano,Hugo Banzer, que tinha outro irmão em Campo Grande, o Cesar, que era um competente profissional do antigo DERMAT e foi cônsul boliviano. Aquele trecho da Rua 14 de JULHO, entre a  Afono Pena e a Rua Maracaju,  era o centro nervoso de Campo Grande, que tinha pouco mais de 100 mil habitantes e nenhum Shopping, isto no final dos anos 60 e início da década 70, onde funcionavam tradicionais estabelecimentos comerciais, como a Farmácia Liberdade, do sr. BELGA DE ALMEIDA ASSIS, a Exposição Campo-grandense, a Casa Central, do Gabriel Spip Calarge, O GABURA,que lado tinha a loja do João, irmão do Gabura;  a Imobiliária do sr. ABEL FREIRE ARAGÃO, Livraria Rui Barbosa, do NERONE , com vários funcionários, dentre os quais Arlindo Simioli e Areovaldo Jonas; Copagas, com a presença marcante do sr. EDUARDO ELIAS ZARHAN, onde o João Zarhan estacionava o seu ESPAÇO Galaxi equipado até com uma TV 14 polegadas, e as pessoas que passavam ficavavam assistindo até aparecer a "roda da carreta", que marcava o final das transmissões da TV Morena em início de atividades, com sinal inicialmente da TV Tupi e posteriormente da Globo, que nesta primeira fase uma das primeiras novelas foi MULHERES DE AREIA, estrelada pelo casal Carlos Zara e Eva Wilma. Após esquina da Barão do Rio Branco, tínhamos outros importantes estabelecimentos da época, dentre os quais  a MIL ARTIGOS, do Sr. ARIF CONTAR, pai do NELSON E DO MUNIR CONTAR; Hotel Semíramis, do sr. ELIAS LHADO; banco COMÉRCIO E INDÚSTRIA, que tinha como gerente o sr. GUALTER BARBOSA, pai do advogado MANINHO; Casa LOUVRE, DO SR. ANTONIO SALOMÃO, pai do Jorginho Salomão; CASA NIMER, do  sr. Felipe Nimer, pai do advogado Julio Nimer e do engenheiro Alfredo Nimer; e na esquina com a Dom Aquino, a Frutaria California, do  ELIAS SALIBA. Após esse ponto da Dom Aquino, do outro lado a tradicional BANCA DO HÉLIO GAOMA e ainda do lado esquerdo em direção à Rua Maracaju, além de pequenos comércios de roupas feitas, casa Amir, lanchonete da família Rizzo, a grande Casa Aurora do sr. ADIB ANACHE, Mercearia do sr. FAUZE MALUF que mantinha também um orquidário (onde trabalhei quando tinha 13 anos -1958), Casas Pernambucanas, fábrica de gelo do sr. RAFAEL GIORDANO, CASAS CLIPER TECIDOS e CLIPER CALÇADOS  , dos irmãos JOÃO E MIGUEL ABRÃO, vizinhos da Farmácia Raia, que funcionaVA no térreo do HOTEL AMERICANO, cujo prédio existe até hoje e sem alteração em sua fachada e estrutura, na esquina com a Cândido Mariano. 
No quarteirão seguinte a Confeitaria do português ANTONIO GASPAR, local de intenso movimento, que tinha como vizinho seu conterrâneo JOAQUIM MARGARIDO e já na esquina com a Rua Maracaju o comércio da família KARMOUCHE, tradicionais comerciantes libaneses, em frente a uma das maiores lojas de artigos para presentes da época O DRAGÃO DA BAIXADA do corumbaense JOSÉ BORGES DE BARROS, que muito fez pelo futebol campo-grandense no período do amadorismo. No meio do quarteirão foi instalado o jornal vespertino Correio do Estado", fundado pelo grupo udenista liderado pelo médico cuiabano FERNANDO CORRÊA DA COSTA, que foi prefeito de Campo Grande (1947/51)  governador e senador de Mato Grosso, e por seus jovens aliados os advogados Wilson Barbasa Martins e José Manoel Fontanillas Fragelli, que teve como primeiro diretor o professor J Barbosa Rodrigues e principal redator o jornalista Julio Silva, dupla de grande cultura que veio do concorrente o jornal O MATOGROSSENSE, do grupo do PSD de Filinto Muller. Na sub esquina com a Cândido Mariano, a Loja A PRIMOROSA, especialista e precursora da venda de equipamentos musicais e disco de vinil, pertencente aos irmãos TOLENTINO.
No térreo do prédio construído na esquina da Rua 14 de Julho com a Cândido Mariano funcionou a primeira farmácia do grupo Buainain, comandado pelo sr. ADIB BUAINAIN, enquanto no primeiro andar foi instalado o consultório do médico NELSON BUAINAIN, casado com a sra. Conceição Buainain, mesmo local onde o também médico campo-grandense BENEDITO ANACHE teve consultório, sendo vizinho do contador SATER, pai do cantor e compositor ALMIR SATER. Ao lado deste imóvel funcionou por vários anos o antigo foto da família Shimabucuro e em frente as lojas PERNAMBUCANAS, onde a partir da década de 40 até 1952, SALIM MALUF, libanês pai de Fauze Maluf e primo do ex-governador Paulo Maluf, manteve uma das maiores casas comerciais da 14, encerrando suas atividades na década de 50. Este imóvel foi adquirido pelo comerciante, também libanês sr. ABDALLA SLEIMAN, que instalou as lojas Popular e se tornou um dos grande incorporador e investidor de Campo Grande, sendo o responsável pelo loteamento da região onde está situado o Bairro Monte Líbano. 
Ainda nesta quadra, entre a Dom Aquino e a Cândido Mariano um imóvel pertencente à família CHINZARIAN, funcionou durante anos a tradicional CASA ROCHEDO, dos irmãos ARMEN E MUXEQUE, que tinham outro imóvel, local onde a família TOGNINI tinha uma relojoaria de grande porte.Antes da esquina com a Dom Aquino, existiram três importantes comércios: A CASAS VICTOR, do sr. NELSON BORGES DE BARROS, que dirigiu a Associação Comercial de Campo Grande por vários anos; a Casa Japonesa, da família GUENKA, cujos filhos ÊNIO E SIDNEY, são médicos em Campo Grande; e a loja de roupas masculinas KALECHE do LUIZ NAGLIS, filho do sr. JAMIL NÁGLIS, que foi comerciante forte no setor de material esportivo com o PÁLACE ROYAL, que ficava na sub esquina da Dom Aquino.
A Rua 14 de Julho, como se vê, sempre foi um grande shopping a céu aberto. Na esquina com a Dom Aquino, em frente à Mercearia California, uma super loja - A BRASILEIRA - da família DUAILLIBI.
 O português Francisco Leal Junior, grande divulgador do ciclismo, manteve loja comercializando bicicletas, tendo como parceiro o sr. AVELINO DOS REIS, também português, proprietário de uma loja que comercializava troféus e medalhas que acabava patrocinando todos os eventos esportivos realizados na época em Campo Grande, em todas as modalidades esportivas.


Isto é apenas uma parte da história que vai ficando no fundo do baú e muitas vezes se perde ao longo do tempo por falha de um povo que deixa de cultuar suas próprias origens, não dando valor a um ensinamento que traz uma grande verdade: "POVO QUE NÃO PRESERVA O PASSADO, NÃO TEM FUTURO". (Valdir Cardoso).

 

2 comentários:

  1. faltou a leiteria boa vista, do sr. panayot(grego) casado com dona mercedes(boliviana) em frente da drogassil,elle trouxe a chipa grega e coalhada siria

    ResponderExcluir