domingo, 6 de dezembro de 2015

JBS,CAMPEÃO MUNDIAL EM APLICAÕES FORA DA ATIVIDADE PRINCIPAL





ARTIGO


(*) Valdir Cardoso


              Citado frequentemente como a maior empresa mundial no setor de carnes e derivados, o JBS, depois que contratou o executivo Henrique Meireles para ocupar o cargo de presidente do conselho de administração do grupo que atua em sete países, além do Brasil, apresenta um lucro excepcional através de aplicações no mercado financeiro. Neste ano o grupo comemora um lucro extraordinário, pois além do dinheiro barato e a longo prazo conseguido junto ao parceiro BNDES, de onde sacou bilhões de reais, seguindo a orientação do mago Henrique Meirelles, investiu tudo e mais um pouco na compra de Dolares, que tiveram uma alta superior a 100%, enquanto que os investimentos nos mais rentáveis fundos renderam pouco mais de 10%  durante o mesmo período. 
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              Não se sabe se o competente executivo, que foi ministro da Fazenda durante parte do governo Lula e continua cotado para substituir Joaquim Levy no mesmo cargo, possui algum tipo de informação privilegiada ou tudo foi fruto da sua grande experiência no mundo financeiro conquistada durante o longo período que prestou serviços às mais importantes multinacionais do planeta. 

             Não é sem razão que o grupo, que já atua no mercado sul-mato-grossense sempre esteve de olho no andamento da política estadual e não foi sem razão que investiu a importância de R$ 10.500.000,00 (Dez milhões e quinhentos mil Reais) na campanha do governador eleito Reinaldo Azambuja, recursos repassados através do Diretório Nacional do PSDB, tendo como DOADOR ORIGINAL o frigorifico dono da marca FRIBOI, conforme atesta a prestação de contas do governador eleito no segundo turno, quando passou a receber o enorme aporte financeiro que foi repassado através de cinco parcelas, sendo quatro no valor de R$ 2.500.000,00 (Dois Milhões e Quinhentos Mil Reais) e uma de R$ 500.000,00 (Quinhentos mil Reais), nos dias 02, 15, 20, 22 e 23 de outubro de 2014, através de transferência eletrônica, com registro do CNPJ do doador original (02.916.265/0001-60).

              Enquanto pequenos, médios e grandes grupos empreendedores assistem pasmos, o Governo que pregou mudança, fazer uma verdadeira lambança, beneficiando descaradamente empresa que mais especula no mercado do que produz produtos de qualidade, qualidade excepcional apenas nas peças publicitárias onde aparece o ato Tony Ramos fazendo a apologia da carne Friboi, até porque a qualidade do produto em tela é contestada depois da apreensão de um carregamento procedente de nosso Estado, que examinado foi detectado presença de formol, o que não seria aconselhável para o consumo humano.

              Com uma renúncia fiscal que vai até o ano de 2028, quando o esperto grupo JBS vai deixar de recolher em torno de R$ 1.000.000.000,00 (Hum Bilhão de Reais) referente ao ICMS que deixará de entrar nos cofres do Governo de MS, apesar de que o governador, que aumenta o IPVA, até para os veículos antigos, que pertencem a pobres trabalhadores, majora os impostos de produtos considerados aleatoriamente como supérfluos - tais como desodorante, colonias, perfumes, absorventes íntimos, cigarro e bebidas, promovendo o maior festival de aumento de impostos já visto na história de Mato Grosso do sul. Isto tudo sem se falar no aumento do ITDCA, imposto sobre a herança, já apelidado de "imposto defunto", bem como a "malandragem fiscal" que foi a redução do ICMS para o óleo diesel, que o então candidato prometia decretar no dia seguinte à sua posse, mas enquanto discutia o percentual a ser reduzido aumentou pelo menos quatro vezes a pauta do produto, o que acabou não significando nada a redução de 17 para 12%. 

              Por outro lado, a explicação chula do governador para o espetacular "presente de natal dado ao JBS", vem no sentido que com a implantação de quatro frigoríficos no Estado, haverá um maior consumo de milho o que criaria um grande número de empregos no campo. "Conversa mole prá boi dormir", uma vez que o campo emprega cada vez menos com a mecanização da agricultura, portanto a geração de novos empregos será mínima e jamais vai compensar os valores perdidos com a renúncia fiscal. 

              A importância retornada ao JBS é um valor tão alto que daria para construir no mínimo cinco grandes obras do porte do Aquário do Pantanal, que o governador teima em não concluir, mesmo tendo recebido o Governo com recursos em caixa oriundo do Fundo de Compensação do Meio Ambiente (recursos deste Fundo não podem ser aplicados na saúde ou na Educação, como tentam insinuar).

           O que falta ao Governo do MS nos dias de hoje é deixar de sofismar, mentir mesmo para a população, com uma propaganda enganosa na mídia, com recursos que dariam também para construir várias escolas e hospitais também, como falta também coragem para dizer que o Estado paga o 13º dos servidores é o porque o Estado está organizado e é o segundo ente federativo que está dentro do limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal para aplicar no pagamento da folha do funcionalismo, que é de 48% da arrecadação e Mato Grosso do Sul aplica pouco mais de 41%, mesmo tendo o ex-governador concedido o aumento para o magistério a partir de 2015, fato tão contestado pela atual administração. 

              Não é atoa que o atual governador vem sendo chamado de "Robin Hood invertido": Tira dos pobres para doar aos ricos.        
                

              
(*) O autor foi vereador por dois mandatos consecutivos, presidente da Câmara Municipal, prefeito de Campo Grande e deputado Estadual. É jornalista 
              
              

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