quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

DICA PARA POLÍTICOS E ASSESSORES NÃO SOFREREM O EFEITO BUMERANGUE EM 2016

ARTIGO/
 
Valdir Cardoso (*)


Acordei mais cedo hoje para olhar no calendário e ter certeza de que este ano de 2015 estava mesmo nos estertores, abrindo caminho para uma possibilidade de mudanças verdadeiras em nossa Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e no espoliado Brasil de todos nós. No meio político alguns estão sorrindo com a desgraça do adversário, se esquecendo do tamanho do rabo que ostentam e que amanhã os próprios "alegrinhos" ou seus chefetes poderão ser as próximas "vítimas" .

Inúmeras vezes eu vi postagens bem agressivas feitas por adeptos de político que hoje está atrás das grades contra o seus adversários, que continuam em liberdade e até merecendo aplausos da opinião pública. Muitos estão tripudiando sobre os três vereadores cassados por suposta compra de votos, mas dentre todos os eleitos e até suplentes foram poucos os que não usaram deste expediente nas eleições de 2012. Então é bom "colocarem o rabinho no meio das pernas" e aguardar os acontecimentos, pois alguns cometeram crimes bem mais graves do que dar cinquentinha para um eleitor abastecer: meteram as mãos nos cofres públicos, prevaricaram em suas funções e ainda estão soltos. Então é bom não comemorar a desgraça alheia.
Algo que me veio a mente ocorreu na então Capital de Mato Grosso, Cuiabá, quando a Assembleia Legislativa se reunião com o objetivo de cassar o mandato do Governador Pedro Pedrossian, que não havia completado dois à frente da administração. A nossa saudosa UDN, com a sua parte mais rançosa, comandava a campanha para derrubar o jovem engenheiro e era liderada na Assembléia pelo deputado Augusto Mário, da tradicional família Corrêa da Costa, que todos os dias ocupava a tribuna para vociferar contra Pedro Pedrossian e apelava com uma frase que marcou o episódio, dizia o raivoso udenista: "A REVOLUÇÃO AINDA NÃO ATRAVESSOU O RIO PARANÁ", provocando os membros do sistema que comandou o golpe militar de 1964. Pedrossian conseguiu se manter no cargo com o apoio da ala liberal da UDN, que após a extinção dos partidos fundou o MDB no Estado, e com o apoio decisivo dos senadores Vicente Bezerra Neto (MDB) e Filinto Muller (ARENA), que mesmo rompido politicamente com o governador era contrário ao impeachment. Ocorreu empate na votação (15 x 15, placar combinado antecipadamente), com a Assembléia cercada pela "Força Pública" e os estudantes, liderados pelo aquidauanense Lino Miranda, tomaram conta das ruas estreitas e verdes praças de Cuiabá em defesa do mandato de Pedrossian.
Para surpresa geral, quando a "Revolução" atravessou o Rio Paraná, o primeiro deputado cassado no Mato Grosso foi aquele líder raivoso que chamado Augusto Mário. Quem deve se lembrar direitinho deste episódio é esta enciclopédia ambulante que é o advogado e ex-deputado Cleómenes Nunes da Cunha, que ao lado do Dr. Walter de Castro,ambos do MDB, eram deputados de primeiro mandato. O ex-senador Ruben Figueiró, que conheci há mais de 50 anos como militante da UDN não era deputado, mas acompanhava todo o movimento da política estadual.

Este breve relato, que envolve um período rico da história política do nosso velho e saudoso Mato Grosso, se torna pertinente neste momento em que integram o grupo dos "jornalistas de facebook) - termo criado para qualificar o Elizer Davi de Medeiros- quase todos sem nenhum conhecimento histórico, até sem um mínimo de ética, que defendem com unhas e dentes (mais com unhas do que com dentes) os "corruptos amigos", presos e outros já condenados, tentando transformá-los em "vítimas do sistema", "criadores do Bolsa Família" - o que é uma mentira-, enquanto acusam os adversários de terem supostamente cometido crimes idênticos, mesmo que não tenham sido indiciados e muito menos condenados, dentro daquela ideia que defendem com a maior cara de pau: "ELES TAMBÉM ROUBAM". 

Boa parcela da população vem tentando mudar o rumo da política, mas tem errado muito acreditando em promessas mirabolantes que nunca serão cumpridas em uma época que o governo do MS utiliza o esquema de marketing das Minas Gerais para ocupar espaço na mídia e nas redes sociais para dizer que no Mato Grosso do Sul "o governador Reinaldo Reinaldo Azambuja da Silva cumpriu 30% das promessas de campanha". Brincadeira de mau gosto, pois se entendem que propaganda enganosa é marketing político, não precisariam trazer marketeiros de outro Estado, pois temos os nossos mentirosos aqui ... e muitos. Porque não dizer, o que é verdade: SE CUMPRIU SÓ 30% DOS COMPROMISSOS DE CAMPANHA LOGICAMENTE DEIXOU DE CUMPRIR 70%. Isto é muito pouco para aquele que diz que "PALAVRA DADA É PALAVRA CUMPRIDA". 

(*) O autor é jornalista e foi vereador, presidente da Câmara da Capital, prefeito de Campo Grande e deputado estadual.

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