sábado, 26 de novembro de 2011

ARY “AL CAPONE” RIGO PODE TER DELAÇÃO PREMIADA

*Valdir Cardoso*


Diante da condenação por irregularidades na prestação de Contas da campanha de 2010, conforme decisão do Tribunal Regional Eleitoral – TRE/MS – o ex-deputado Ary Rigo (PSDB), delator involuntário do mensalão da Assembléia, envolvendo membros dos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – que culminou com a cassação do seu diploma de suplente, já vem sendo chamado nos corredores do parlamento sul-mato-grossense de “o nosso Al Capone”. A nova alcunha faz sentido, pois o célebre bandido americano da década dos anos 30 do século passado, só foi condenado porque deixou de recolher corretamente o imposto de renda e não pelos inúmeros crimes cometidos, da mesma forma que o fanfarrão está sendo punido pelo “crime menor”, já que comprovadamente, conforme suas próprias declarações, cometeu incontáveis atos criminosos contra o patrimônio público ao desviar milhões de reais dos cofres da Assembléia Legislativa de MS.

DELAÇÃO PREMIADA

Ary Rigo, vulgo “Al Capone”, está se sentindo agora abandonado pelos comparsas, ops, companheiros de “luta”, pois sempre foi blindado mediante a interferência de poderosos junto ao Judiciário, sendo sempre absolvido nos processos em que figurava como réu por prática dos mesmos crimes – Caixa 2, prestação de contas irregular, infidelidade partidária e outros – e só agora, sem mandato, sem poder, mas com o patrimônio prá lá de pujante, sofreu este inesperado revés. E uma das sugestões que o “Al Capone tupiniquim” recebeu e estaria analisando seria aceitar, se lhe for oferecida, a delação premiada, quando poderá se vingar dos co-participes nos vergonhosos atos de corrupção.




OS TRÊS PODERES ENVOLVIDOS

Aceitando a delação premiada, o denunciante involuntário do “Mensalão da Assembléia”, que envolve os parlamentares da Legislatura anterior (2006/2010), que recebiam salários de até 120 mil Reais; membros do Poder Judiciário, dentre os quais o desembargador Claudionor Abss Duarte, o ex-chefe do Ministério Público Estadual, Manoel Vieira, que era aquinhoado com a importância de 300 mil Reais mensalmente “para segurar as denúncias contra prefeitos e outras autoridades”, pode provocar um verdadeiro alvoroço na política estadual. Como é do conhecimento público, da mídia e da Justiça, o ex-deputado afirmou que repassava mensalmente em dinheiro 2 Milhões de Reais ao governador André Puccinelli (PMDB).
Recentemente o ex-deputado e o desembargador por ele arrolado no esquema de corrupção teriam sido ouvidos pela Polícia Federal, atendendo determinação do STJ, onde já estão respondendo a processos os deputados federais Marçal Filho e Geraldo Resende, ambos do PMDB de Dourados/MS, flagrados nas gravações feitas pelo jornalista Eleandro Passaia, em 2010.

Para complicar o “meio de campo”, novos vídeos gravados por Passaia chegaram ao conhecimento da mídia, dando conta que Ary Rigo atuava, por intermédio do agente tributário Guaraci Fontana, trasvestido de “auditor”, em várias Prefeituras do interior, dentre as quais Maracaju, onde Guaracy foi secretário, e Aquidauana, para onde teria sido encaminhado para armar o esquema de licitações na administração do atual prefeito, Fauzi Suleimam (PMDB), enrolado em vários processos na Justiça por desvio de recursos públicos.

Já recebemos pedidos de informações de vários municípios por onde o “homem de confiança de Rigo” para assuntos licitatórios, Guaracy Fontana, teria prestado serviços, dentre os quais Sidrolândia, mas tudo indica que este município se “safou” do problema porque o ex-deputado Ary Rigo estaria rompido com o prefeito Daltro Fiúza, seu antigo companheiro.

GUARACY DE VOLTA À SEFAZ

Mesmo recebendo o gordo salário (gordo para quem não trabalha) de agente tributário lotado na Secretaria de Fazenda, o “consultor” Guaracy Fontana, que recebia 30 mil Reais mensalmente da Assembléia Legislativa de MS, deve ter a sua cedência suspensa, depois de 12 anos à disposição da Prefeitura de Maracaju, durante as gestões da família Azambuja (Reinaldo e Maurílio, ex-prefeitos), Assembléia Legislativa de MS (gabinete do então deputado estadual Reinaldo Azambuja) e Câmara Federal (gabinete do atual deputado Federal Reinaldo Azambuja/PSDB), tudo com ônus para a origem, ou seja: seu salário ainda é pago pela secretaria de Fazenda.

Mário Sérgio Lorenzetto, titular da Secretaria de Fazenda, ainda não se manifestou sobre a cedencia e tão pouco sobre o envolvimento do servidor em atos de corrupção. Há quem diga que se, por ventura, Guaracy retornar à sua atividade original terá que passar por uma séria reciclagem, pois ele é um agente tributário completamente desatualizado, já que a última vez que esteve no campo foi no final do século passado. Teme-se que ao retornar seja aquinhoado com um cargo em Comissão. Tudo é possível no “Reino das coisas impossíveis, onde o sistema e bruto”.

(*) O autor é jornalista e editor do Site http://www.ojornalms.com.br/ e foi vereador, deputado estadual em Mato Grosso do Sul e prefeito de Campo Grande.

Um comentário:

  1. O PODRE PODER JUDICIÁRIO E MINISTÉRIO PÚBLICO DO MATO GROSSO DO SUL, DEVERIAM SER INVESTIGADO, POIS NÃO RESOLVEM NADA E A MIDIA DEVERIA DENUNCIAR COM MAIS VIGOR. PARABÉNS, POIS A ÚNICA MÍDIA QUE FAZ ISSO É A DE VOCES.

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