quinta-feira, 23 de julho de 2015

DESCOBERTA DA OPERAÇÃO "LAMA ASFÁLTICA" PODE ANULAR CASSAÇÃO DE BERNAL



Confirmando a tese do ministro Teori Zavascki, do STF, usando uma metáfora para definir a abrangência da operação LAVA JATO, apontou  que, quando se examina o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal –MPF- e puxa uma “pena sai uma galinha inteira”,  da mesma forma aqui no Mato Grosso do Sul  o trabalho dos órgãos federais vem atingindo com muita força, indistintamente, todos os partidos e lideranças políticas, remetendo até às investigações que visavam confirmar indícios da compra de votos de vereadores campo-grandenses para cassar o mandato do prefeito eleito e empossado no cargo de chefe do Executivo Municipal, Allcides Bernal.

“GARÇA PRETA”

A operação “LAMA ASFÁLTICA”, já comparada àquela que desvenda a robalheira na Petrobras, que inicialmente estaria restrita à apuração de irregularidades em licitações de obras públicas no Estado e na prefeitura da Capital e  em  administrações anteriores e na atual, já passou a ser chamada de “Operação Garça Preta”, igual à teoria do ministro, pois ao “puxar uma pena de garça, sai uma ave preta, toda enlameada de óleo e betume, que bem examinada chega-se à conclusão de se tratar de um imenso urubu”.

Tanto é verdade esta premissa que as apurações foram chegar lá atrás em um episódio misterioso, já quase esquecido pela Justiça e até pela população,  que levou os vereadores a criar a tal da CPI da Inadimplência, requerida pelo vereador Paulo Siufi, que tinha por objetivo principal o pagamento da importância de R$ 4.000.000,00 (Quatro Milhões de Reais) às empresas de João Alberto Amorim, que alguns integrantes do Legislativo pressionavam o então prefeito Alcides Bernal  que segurava a quitação do débito em virtude de ação que corria na Justiça pedindo o cancelamento da licitação, que teria sido fraudada para beneficiar o empreiteiro hoje acusado de irregularidade.

A abrangência das investigações foi tamanha que documentos e gravações foram fragladas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal e conversas entre vereadores e o atual prefeito Gilmar Olarte, em poder do GAECO, na época articulando com dois lobistas que acabaram assinando o pedido de cassação do titular Alcides Bernal e com vários vereadores aos quais o vice prefeito garantia vantagens assim que assumisse o cargo. 

A repercussão desses fatos, que já era do conhecimento de muitos, apesar do processo todo estar  em “segredo de Justiça” e "dormindo" em alguma  gaveta, levantou a lebre" e  o promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha, do Ministério Público Estadual, já reabriu o inquérito para investigar a veracidade da denúncia que apontava a compra de votos.

Ao lado dessa providência do MPE está marcado para o dia 12 de agosto próximo o julgamento da Ação na qual o prefeito eleito Alcides Bernal pede a anulação da decisão tomada pela Comissão Processante, presidida pelo vereador Flávio Cesar (PTdoB), criada com base no relatório da CPI da Inadimplência, que serviu de base para o pedido de cassação formalizado pelos parceiros de Gilmar Olarte, Raimundo Nonato de Carvalho e Luiz Pedro Guimarães, conhecidos e já acusados de serem lobistas. Ambos foram recompensados da administração do vice prefeito que assumiu o cargo de Bernal. O filho de Nonato foi guindado à presidência da EMHA, empresa Municipal de Habitação, e Luiz Pedro, mesmo sem ser nomeado, “operava” em uma sala, com direito a secretária, cafezinho e telefone, ao lado  Gabinete do prefeito. Mandava, segundo ficou comprovado, mais do que o comandante do golpe para assumir o cargo máximo do Executivo.

FINANCIADOR

Durante as investigações, as autoridades interceptaram gravações de conversas entre o ex-prefeito Nelsinho Trad e Raimundo Nonato de Carvalho, bem como do empresário João Amorim com o presidente do Legislativo, quando tratavam da viabilização do projeto para cassar o mandato do eleito para que o seu vice assumisse a Prefeitura .
Neste episódio fica constatado que o verdadeiro comandante do golpe foi o beneficiado pela cassação, sr. Gilmar Olarte, com apoio financeiro oriundo das empresas de João amorim, que agiu desta forma porque se  sentia prejudicado durante a administração de Alcides Bernal e não foi movido por nenhum tipo de interesse político.

BENEFICIADOS

Na verdade, isto confirma também que o ex-governador André Puccinelli não chegou a ter participação no esquema da cassação de Bernal, uma vez que foi uma iniciativa do empreiteiro e dos vereadores que se não levaram vantagens financeiras, pelo menos tiveram vantagens pessoais, fato comprovado com a entrega das mais importantes secretarias aos vereadores Mário Cesar (Receita) , Paulo Siufi (PMDB)  Edyl Albuquerque (PMDB) e Rose Modesto: SAUDE, com vereador Jamal Selem; Planejamento, SEDESC; e Educação (PSDB) entregue à então vereadora Rose Modesto, atual vice-governadora. Isto sem contar com o grande número de nomeações de apaniguados dos vereadores. Até o ex vereador Alceu Bueno ( ex-PSL), que vinha sendo intimado a desocupar uma área pública onde mantém um depósito de material de Construção e não é incomodado pela atual administração, mesmo depois de ter perdido o mandato ao ser acusado, supostamente, da prática de pedofilia.     



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