terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A SEPARAÇÃO DE QUEM NUNCA ESTEVE JUNTO

As discussões entre parlamentares do PT e do PMDB sobre a troca de comando da superintendência da FUNASA em Mato Grosso do Sul, demonstram o “peleguismo” que está impregnado no DNA das duas agremiações que são parceiras na esfera federal e inimigas de morte na maioria das unidades federativas.

Senador Delcidio Amaral e o deputado federal Geraldo Resende (Foto: Reprodução)


Longe de encarar a demissão do ex-dirigente Flávio Brito, ligado ao PPS e protegido do deputado Geraldo Resende, substituído pelo ex-deputado petista Pedro Teruel, como um fato que poderá prejudicar o relacionamento entre as duas agremiações em nível nacional, o episódio deveria ser visto como algo normal, próprio do regime mais ou menos democrático que impera no País Abençoado por Deus e saqueado por um elevado número de representantes eleitos pelos filhos do Criador. Fica tudo em casa.

O cargo é comissionado, portanto, de livre nomeação do Governo e é natural que tais funções sejam preenchidas por pessoas ligadas ao Partido que venceu a eleição, pois quando o eleitor deposita o seu voto na urna ele está passando uma procuração para que os seus escolhidos nomeiem seus auxiliares e administre a cidade, o estado e a nação em seu nome. Se ele, o eleitor, não aprovar ele terá quatro anos para rever sua posição e votar contra.

A alegação do saltitante deputado Geraldo Resende, que já foi do PSDB, PPS e atualmente está agasalhado no PMDB, de que o seu atual partido é da base de sustentação da presidente Dilma e por isso teria que manter o domínio sobre a FUNASA/MS. Até aí tudo bem, porém o parlamentar está pagando caro pela sua falta de comprometimento com a campanha em favor da chapa Dilma/Michel Temer, pois não conseguiu trazer o seu pupilo para a campanha da coligação da qual seu partido fazia parte. Flávio Brito, que jamais foi do PMDB, nunca desmentiu que tivesse seguido a orientação do PPS e participado da campanha de José Serra.

Aqui não se trata de desmerecer o trabalho desenvolvido por Flávio Brito ou a sua inegável competência profissional, até porque o seu sucessor também é altamente competente e preenche todos os requisitos necessários para desempenhar as funções à frente da FUNASA.

Até hoje ninguém reclamou das nomeações feitas pelo governador André Puccinelli que destinou os cargos de Assessor Especial da Casa Civil aos seus correligionários, com salários em torno de R$ 15.000,00. Ocupam, estes cobiçados cargos alguns ex-prefeitos e políticos cooptados pelo governador, dentre os o grupo dos “ZÉ” – o Zé Mijão, o Zé Cabelo, o “Zé” Juvêncio e o “Zé” Bem Hur Ferreira, ex-petista que “tucanou” em favor de André. Neste seleto grupinho restrito e bafejado pela sorte não tem, como se pode notar, nenhum “Mané”. Ou tem?

Como diria o popular “Chico Catarina”, Francisco de Paula Ribeiro, ex-prefeito da querida cidade de Rochedo: “Quem ganha eleição faz o que qué. Quem perde, pega o boné”.

Por outro lado, o senador Delcídio lançou a pérola do dia ao analisar a troca de comando da FUNASA: “Acordo na FUNASA é com o PMDB que apoiou Dilma”.

Neste caso, para ser correto, o petista deveria ouvir o prefeito Nelsinho Trad que foi o primeiro peemedebista a declarar apoio à então candidata do PT, correndo risco de isolamento dentro do seu partido, o que não aconteceu devido à interferência do vice presidente da República, Michel Temer.

E se fosse para premiar os verdadeiros petistas, só poderiam opinar sobre o assunto aqueles que apoiaram Dilma para presidente e Zeca do PT para governador e, como é nem todos os “companhero” vestiram a camisa...

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