quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PSDB e DEM mais próximos do PMDB

Conforme já havíamos antecipado, a mídia mais tradicional e com direito a informações privilegiadas, começou a aceitar a tese de que há um enorme caminho aberto para a repetição da forte aliança entre PMDB, PSDB e DEM com vistas à sucessão do prefeito Nelsinho Trad (PMDB) na Prefeitura da Capital, tendo como candidato a prefeito o deputado Luis Henrique Mandetta (DEM) ou Edson Giroto (PMDB) com um companheiro de chapa vindo do PSDB, conforme ocorreu na eleição de 2004, quando o atual prefeito se elegeu tendo como vice a hoje conselheira Marisa Serrano.


O deputado federal Edson Giroto e o deputado federal Luis Henrique Mandetta



SEM RECLAMAÇÃO

Na verdade nem o PSDB e muito menos o DEM (ex-PFL) têm algo a reclamar do PMDB que cumpriu quase todos os acordos firmados quando da composição da chapa.

O partido do governador André Puccinelli e do prefeito Nelsinho Trad contemplou os aliados com cargos no primeiro escalão da Prefeitura e do Governo Estadual e também bancou a eleição da ex-senadora Marisa Serrano na eleição de 2006, bem como premiou o aliado de primeira hora com dois cargos vitalícios no Tribunal de contas do Estado, hoje ocupados pelo conselheiro Waldir Neves, ex-deputado tucano, e pela própria ex-senadora, que mesmo oficialmente fora da política ainda exerce certa influência no “ninho tucano”. Isto tudo sem levar em conta que graças ao trabalho pessoal do governador Puccinelli o eterno candidato da oposição, ex-governador José Serra, derrotou a presidente Dilma Rousseff em Campo Grande, por larga margem, e no Estado todo. Isto tudo sem deixar de lado o fato de que mesmo antevendo a vitória de Lula em 2006, Puccinelli foi o responsável direto pela expressiva votação de Geraldo Alckmin, apesar do amorfo, inodoro e incolor candidato tucano apropriadamente apelidado de “Picolé de Chuchu”.

Marisa Serrano e Waldir Neves, conselheiros abençoados por Puccinelli (Foto: Reprodução)

Apesar do comando nacional do PSDB aconselhar o lançamento de candidatura própria, Mato Grosso do Sul pode ser uma exceção, pois o objetivo e criar um esquema forte de apoio à provável candidatura do ex-governador Aécio Neves à Presidência da República em 2014, e o governador já declarou que o PMDB apoiará o nome de Nelsinho Trad para o Governo e não quer muita intimidade com o PT estadual, o que praticamente o mantém no apoio ao projeto “Tucano”. Se for para montar um esquema para Aécio, porque não usar aquele que já está pronto? Alegam os defensores da manutenção da aliança tradicional.

Esta postura do governador dificultou os seus primeiros passos para refazer seu fácil acesso ao Palácio do Planalto, obstáculos que foram removidos graças à habilidade do vice-presidente da República, Michel Temer, e entrega total da bancada federal comandada pelo governador, que sistematicamente tem votado a favor das iniciativas do Governo Dilma no Congresso Nacional, de olhos fechados e até contrariando desejos pessoais.     

Governador André Puccinelli, garantia de acordo em 2012 e 2014 (Foto: Reprodução/Diário do Congresso)


Quanto ao ex-PFL, transformado em DEM, que diminuiu de tamanho com a saída do prefeito Murilo Zauith, hoje presidindo o PSB no Estado, só ressuscitou graças ao forte esquema que elegeu o deputado Luis Henrique Mandetta, novo mandatário do Partido no MS, a situação é idêntica, pois os democratas além de cargos conseguem há vários anos a reeleição do vereador Airton Saraiva, em Campo Grande, com campanha cara e abertamente custeada pelos cofres peemedebistas.

RUIM COM “ELE”... PIOR SEM “ELE”

O que deve estar norteando a retomada do diálogo entre os antigos parceiros-DEM, PSDB e até o “irredutível” PPS do Athayde Nery (há vários PPS, alguns respeitáveis) é uma análise simples da história dos partidos em Mato Grosso do Sul ao longo do período em que convivem com o “Império de Puccinelli”, como coadjuvantes – é claro- e o saldo para a grande maioria dos caciques partidários é altíssimo e estimulante.

Diante do grande poder de convencimento do governador, “tucanos” e democratas devem estar concluindo que ficar contra o poderoso governador não será um bom negócio: “Ruim com ele... Pior sem ele”.
Não gostar do estilo autoritário do governador, pensam os aliados, “é um direito nosso, mas dar tiro nos próprios pés é burrice”.

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