sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Aqui o ano novo começa logo após o fim do velho


Valdir Cardoso (*)


O Recente comentário do senador Delcídio do Amaral Gómez, nascido no Mato Grosso do Sul, criado em São Paulo e perfeitamente adaptado à cultura de Santa Catarina, onde mantém fortes vínculos e interesses, afirmando que “O ano começa hoje (quarta feira de cinzas), após o carnaval”, suscitou uma série de indagações, tais como: “e os impostos que já paguei desde 1º de Janeiro? E os salários e mordomias recebidos pelos nossos representantes no Congresso Nacional referentes aos primeiros dois meses de 2012? E as obras já executadas ou lançadas pelos governos federal, estadual e municipal? Tudo isto não passa de ficção ou tanta coisa aconteceu em 2012, antes mesmo de o ano começar ou, ainda, há pessoas que acreditam que as coisas só acontecem quando elas são o astro, o protagonista e que o seu umbigo é o centro do Universo?

Senador Delcídio do Amaral (Foto: Reprodução)


Em Mato Grosso do Sul, mais precisamente em Campo Grande, o ano começou de acordo com o nosso calendário:

A cidade sofreu com as fortes chuvas, se recuperando rapidamente; a Segurança Pública já mostrou eficiência, desbaratando quadrilhas e prendendo marginais; A Luiza já voltou do Canadá; candidatos a prefeito da capital já estão há mais de 50 dias percorrendo os bairros em busca do apoio de lideranças; já tem um “monte” de pré-candidatos preocupados com a aprovação da Lei da Ficha Limpa; A Prefeitura da Capital já lançou pacote e inaugurou obras no valor de R$ 107.000.000,00 (cento e sete milhões de Reais) e, nos primeiros 45 dias de 2012, o brasileiro já recolheu R$ 200.000.000.000,00 (Duzentos Bilhões de Reais) em impostos aos cofres públicos de acordo com o IMPOSTOMETRO instalado na Capital Paulista.

Em Campo Grande isto não é novidade, porque a iniciativa privada e a população trabalhadora fizeram esta cidade crescer tanto trabalhando de sol a sol desde o primeiro dia do ano, sem esperar a passagem do reinado de Momo e sempre, desde 1947 quando – após o fim da Ditadura Vargas – voltou a ter direito a escolher o seu prefeito pelo voto direto sempre escolheu o mais capacitado pela dirigir os destinos da cidade.

Desde a escolha de Fernando Corrêa da Costa, eleito em 1947, até hoje o campo-grandense não tem errado, pois só deposita o seu voto naqueles que trabalham durante o ano inteiro. Esta é a relação dos prefeitos eleitos pelo campo-grandense e todos trabalharam a partir do primeiro dia do ano: Fernando Correia da Costa (1947/51), Ary Coelho de Oliveira (1951/52), Wilson Fadul (1952/54), Marcilio de Oliveira Lima (1955/59), Wilson Barbosa Martins (1959/1962), Antonio Mendes Canale (1963/1966), Plínio Barbosa Martins (1967/1970), Antonio Mendes Canale (1970/1973), Levy Dias (1973/1977), Marcelo Miranda Soares (1977/1979; Juvêncio César da Fonseca (1985/1988), Ludio Martins Coelho (1989/1982), Juvêncio César da Fonseca (1992/1996), André Puccinelli (1996/2004) e Nelson Trad Filho (2004/2013).

 E tenham certeza, em 2012 e 2014 será da mesma forma: os escolhidos serão aqueles que sabem que aqui o sistema é bruto e o trabalho começa no primeiro dia do ano.


(*) o autor foi vereador, deputado estadual e prefeito de Campo Grande. É jornalista. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário