quinta-feira, 1 de março de 2012

FICHA LIMPA E CAMPANHA SUJA

Como a grande maioria dos pré, prováveis, pretensos ou “assanhados” candidatos em diversos municípios, inclusive na Capital, não é portadora de uma ficha totalmente limpa, algumas até muito chamuscadas, mas que não chegaram a ter condenações por um colegiado, e outros personagens que, mesmo sem processos judiciais, são costumeiramente citados em envolvimentos em ações que apontam atuação condenável e que seriam beneficiárias de esquemas fraudulentos através da “prestação de serviços” aos órgãos públicos, a próxima campanha municipal promete não ser nada limpa.
Caso específico é o do prefeito de Aquidauana, Fauzi Suleiman (PMDB) e de seu vice Vanildo Neves (PSDB), que são réus em diversos processos por má gestão do dinheiro público e isto, naturalmente, vai ser explorado na campanha, principalmente se os competentes advogados da dupla conseguir continuar protelando o julgamento dos processos que apontam possíveis desvios do dinheiro da Prefeitura para atividades particulares.

Fauzi Suleiman (Foto: Reprodução/Pérola News)

Em Dourados, os dois peemedebistas mais “assanhados” e com coragem para enfrentar o bem articulado prefeito Murilo Zauith (PSB), que são os deputados federais Geraldo Resende e Marçal Filho estão super envolvidos em processos que apontam indícios de desvios de recursos provenientes de emendas parlamentares, restando ao PMDB a vereadora Delia Razuk, que entre os pretendentes é o único nome acima de qualquer suspeita, por se tratar de pessoa com um histórico de conduta ilibada. E o nome da vereadora, que assumiu a prefeitura douradense após o afastamento do “vivaldino” Ary Artuzi, pode ser um ponto favorável para uma reaproximação dom o prefeito Murilo Zauith.

 Ary Artuzi (Foto: Reprodução)

Em Campo Grande andam “requentando” notícias sobre processos que correm em segredo de Justiça para macular imagens de pré-candidatos, bem como estão usando redes sociais para levantar suspeição sobre pré-candidato que nunca geriu recursos públicos.
Diante do que dá para perceber nesta pré-campanha, logo após a entrada em vigor da Lei da Ficha Limpa, teremos a disputa mais suja da história, isto porque acusar alguém de ser “ficha suja”, sem sentença transitada em julgado, é condenar possíveis inocentes, usando imagens negativas do adversário para aparecer perante o eleitorado como pessoa pura, mas que na verdade é "autêntica vestal parida” ou “virgem de prostíbulo”.

Na verdade, os candidatos à Prefeitura de Campo Grande deveriam deixar a questão da Lei da Ficha Limpa para a Justiça julgar, pois se tudo correr dentro dos trâmites normais só poderão disputar o pleito aqueles que não estiverem incluídos nos itens que tornam o candidato inapto para o exercício de cargos eletivos. O resto é propaganda enganosa de candidato que não tem programa e como bandeira só tem a dizer que é ficha limpa, muitas vezes chamuscadas por atividades suspeitas e ligações perigosas com conhecidos ladrões do dinheiro público como o ex-deputado Ary Rico e outros de menor expressão.

Ser ficha limpa não é mérito: é obrigação e quem tem telhado de vidro não pode atirar pedras no telhado do vizinho.

 Só nos resta torcer para que os "sem projetos" não se tornem os “salvadores da pátria”, mas, graças a Deus, Campo Grande sempre soube escolher o melhor, com programa e vontade de trabalhar.

Dourados e aquidauana, entretanto, enfrentam fases distintas. O prefeito douradense, Murilo Zauith (PSB) é querido pela ala sadia e coerente do PMDB e é apoiado pelas alas petistas que querem permanecer com uma “boquinha” na administração, enquanto em Aquidauana, o prefeito peemedebista Fauzi Suleiman é desprezado publicamente pelos seus correligionários e não consegue abrir espaço na oposição que com ele governa o município.

Para piorar a situação de Fauzi em Aquidauana, seu vice e gerente de obras, Vanildo Neves, já foi afastado do cargo por suspeita de abuso do poder e atitude inaceitável na condução dos negócios públicos, ao ser flagrado utilizando maquinários e servidores da prefeitura na execução de obras em área de sua propriedade.

Além de estar sendo processado por desvios de recursos da Câmara Municipal, fato ocorrido quando presidia o Legislativo Municipal aquidauanense, Vanildo já esteve preso por participar de um assalto a Agencia do Banco do Brasil, na 13 de Maio, em Campo Grande, há mais de 20 anos. Quando indagado sobre o problema ele não desmente, mas se defende: “Foi um “arroubo” da juventude e eu já paguei pelo meu crime. Não devo nada à Justiça”. Ainda bem que nem todo jovem é adepto deste tipo de “arroubo”, ou seria “Há roubo”?

Na verdade, com a Lei da Ficha Limpa, poderemos ter uma campanha eleitoral de lavagem de roupa suja. E haja água para limpar tanta sujeira.     

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