sábado, 2 de novembro de 2013

Bernal nomeou um Cabrito para cuidar da Horta

(*) Valdir Cardoso

O prefeito Alcides Peralta Bernal (PP), mesmo alertado que a “capivara” do ex auditor fiscal da Receita Federal, Gustavo Freire, era muito “cabulosa” com processos em andamento por ter supostamente recebido propina para facilitar a ação de sonegadores, com graves prejuízos aos cofres públicos, desafiou os denunciantes nomeando o acusado para comandar a Secretaria da Receita e, para completar, colocou-o para acumular o cargo de Secretário de Governo, com a promessa de que se as acusações fossem comprovadas ele demitiria o secretário suspeito.

Dez meses após a posse, Gustavo Freire é demitido pelo Ministro Guido Mantega do cargo de auditor Fiscal sendo acusado da prática de corrupção passiva e improbidade administrativa e o prefeito aguentou calado, sem tomar uma atitude para encerrar o assunto com a natural demissão do secretário supostamente corrupto.

Supersecretário Gustavo Freire (Foto: Arquivo/Vanderlei Aparecido)

CABRITO ZELANDO PELA HORTA

Além de titular da Secretaria da Receita, Gustavo Freire, respondia pela Secretaria de Governo, cargo que lhe dá condições de influir em TODAS as outras unidades administrativas do Governo Municipal, sendo, portanto um secretário com super poderes e em condições de “bater o escanteio e correr para a área para cabecear”, isto é: como gestor da Secretaria que tem por objetivo ARRECADAR e acumulando a secretaria de Governo poderia influir nos PAGAMENTOS dos compromissos da Prefeitura assunto que fica a cargo da Secretaria de Planejamento, órgão que sabidamente se submete às ordens provenientes da Secretaria de Governo. O prefeito, na verdade, passou a ser uma espécie da Rainha da Inglaterra (Reina, mas não Governa), pois o poderoso da administração Peralta Bernal é um cidadão envolvido em processos por corrupção e o prefeito não tem coragem para exonera-lo ou tem o “rabo preso” com aquele que deveria ser seu subalterno?

EMPORCALHOU UMA SECRETARIA SÉRIA
Quando assumi a Prefeitura de Campo em seis de abril de 1982 encontramos uma estrutura leve, montada pelos ex-prefeitos Marcelo Miranda Soares e Levy Dias, mas havia um problema de acúmulo de funções, pois os setores de arrecadação e planejamento funcionavam sob as ordens do titular da Secretaria de PLANEJAMENTO E FINANÇAS e por sugestões dos secretários JURIVALDO CARNEIRO, Administração, (técnico do Tribunal de Contas de MS) e EDNO MORAES, titular do Planejamento e Finanças teve início o processo para desvincular as duas áreas, que foi concluído na administração do meu sucessor Dr. HERÁCLITO JOSÉ DINIZ DE FIGUEIREDO, que manteve Edno Moraes nas Finanças (Receita), tendo como chefe de gabinete o economista FLORIANO MEDEIROS SARAT, e nomeou o engenheiro RAMIRO SARAIVA para o PLANEJAMENTO, nomeando o também engenheiro JOSÉ NINA para o cargo de secretário de Serviços Públicos, substituindo Saraiva.

Isto tudo aconteceu para dar transparência à administração. Pensem, isto lá nos idos de 1982.
E agora31 anos depois o senhor PERALTA BERNAL aplica um golpe baixo contra a administração da Capital, juntando tudo para dar a chave do cofre nas mãos de um suspeito de praticar o crime de corrupção passiva, que é o senhor Gustavo Freire.

Por outro lado é bom lembrar que desde a criação do Estado as Secretarias de Planejamento e Receita sempre foram geridas por homens sérios e técnicos competentes, dentre os quais Osvaldo de Oliveira Fortes, um cuiabano competentíssimo, Jorge de Oliveira Martins, um servidor público com larga folha de serviços prestados a Campo Grande e ao Estado, Doracy Cunha Ramos, contabilista e servidora pública acima de qualquer suspeita, Edno Moraes, que foi chefe de Gabinete da Doracy e se destacou como emérito servidor público e sem máculas, Deocleciano Mascarenhas, economista e servidor público dos mais sérios e competentes, Maurício de Menezes Wanderley, corumbaense, professor universitário, técnico e homem acima de qualquer suspeita, como também passou por lá na administração do prefeito Ludio Martins Coelho o competente, estudioso e trabalhador Lourival Fagundes. Deixei, intencionalmente, para o final citar os dois últimos ocupantes dos cargos de Secretário de Planejamento e da Receita na administração do antecessor do tresloucado Peralta Bernal: No Planejamento: PAULO NAHAS, engenheiro, campo-grandense, competente, rígido e membro de tradicional família local e o corumbaense JOSÉ CESAR DE OLIVEIRA ESTODUTO, fiscal de carreira da Prefeitura, e indicado pelos colegas para ocupar o cargo que honrou com lealdade e muito trabalho, aumentando a arrecadação que permitiu a realização de importantes obras na administração de Nelson Trad Filho. Antes de Estoduto, o secretário da Receita, na administração de André Puccinelli, MARIO SÉRGIO LORENZETO, fez um trabalho intenso, perfeito que acabou sendo nomeado secretário de Fazenda do Governo Estadual.

Agora um “pau rodado” qualquer é nomeado para o cargo, mesmo sendo portador de uma ficha repleta de atos desabonadores, por um prefeito que até agora não disse a que veio a não ser atravancar o crescimento de Campo Grande.

Manter este traste no cargo é uma afronta à inteligência dos campo-grandenses e uma agressão á história da nossa Campo Grande. É o fim da picada.

(*) o autor é jornalista e foi vereador, presidente da Câmara da Capital, prefeito de Campo Grande/MS, deputado Estadual. É diretor do Site www.ojornalms.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário