sexta-feira, 2 de outubro de 2015

CAMPO GRANDE PEDE SOCORRO E NINGUÉM OUVE!


(*) Valdir Cardoso



A crise política que se abate sobre Campo Grande e que levou à cidade a uma situação vexatória para seus habitantes que trabalham e recolhem seus impostos, mesmo nos momentos de dificuldades, garantindo o gordo salário dos seus representantes no Legislativo, e problemas insolúveis, pelo menos a curo prazo, ao prefeito eleito por expressiva maioria de votos no pleito de 2012, tem um indicativo pouco otimista: está longe de ter um fim.

Decisão da Justiça manteve no exercício dos cargos os vereadores envolvidos no esquema de compra e venda de votos para cassar o prefeito Alcídes Bernal em março de 2014, punindo apenas o empresário João Alberto amorim Amorim,  dono da Proteco, o ex-prefeito Gilmar Olarte, com pena de prisão temporária, pela prática de crime de corrupção ativa, e suspendendo das funções do presidente da Câmara da capital, vereador Mário Cesar, pelo mesmo motivo. Decisão da Justiça, mesmo as monocráticas, são para ser cumpridas, mas podem sim, com argumentos sérios, serem contestadas.

Oras, se os três citados na operação “Coffee Breack”, como braço da operação “Lama Asfáltica”, são considerados réus em um processo que resultou na compra de votos de mais de 20 vereadores, portanto aparecem como aqueles que praticaram atos praticados como a prática de CORRUPÇÃO ATIVA, por terem COMPRADO votos de vereadores para cassar o prefeito eleito. Se alguém comprou algo, mesmo que seja um bem subjetivo, é porque encontrou alguém que se propôs a vender algo que supostamente lhe pertencia, ou não existe em nossos códigos o crime de CORRUPÇÃO PASSIVA?

Por outro lado, só o fato do atual vice-presidente da Câmara, Flávio Cesar, também pego em várias ligações suspeitas e acusado de fazer parte do grupo que levou vantagem e por isto mesmo teria participado do esquema denunciado como golpe na cassação do mandato do prefeito escolhido pelo povo, ter nomeado uma comissão para investigar os suspeitos e integrada, em sua absoluta maioria pelos próprios investigados, já é mais um motivo para acreditar que houve compra de votos e se houve é obrigado a ter o comprador e o vendedor.

O que não em tudo isto é a cidade continuar sendo prejudicada por um grupo de pessoas que, se apresentando como representantes do povo, está levando a cidade para o fundo do poço, atando as mãos da administração municipal, prejudicando uma capital, cujos cidadão só fazem um pedido e querem ser ouvidas: CAMPO GRANDE QUER PAZ E FIM DA CORRUPÇÃO.

Neste momento, no qual pessoas que nem participaram do esquema que afastou o prefeito Alcides Bernal do cargo para o qual foi eleito, foram citadas como se partícipes do esquema golpista, é o caso do presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Waldyr Neves, dos empresários Luiz Eduardo Naegele e João Baird, vereadores Francisco Sacy (PRTB) e Herculano Borges (SDD), bem como outras pessoas que foram ouvidas como testemunhas e ficaram vulneráveis, sendo obrigadas a desfazer boatos costumeiramente postados nas redes sociais. Os dois vereadores representam casos distintos, mas nenhum ocupava mandato no Legislativo. Francisco Sacy era suplente, estava desempregado e andava em uma perna só na época da cassação e Herculano Borges, como evangélico, sob a proteção de Deus, estava Secretário da Juventude do Governo de André Puccinelli.

Não tenho procuração para defender nenhum dos citados nos inexplicáveis vazamentos das investigações, dos quais sou amigo de alguns e de outros nem tanto, mas é preciso que tenhamos juízo e façamos ações que impeçam que pessoas sem culpa tenham seus nomes citados ao lado de traidores dos seus representados, no caso os vereadores.
No caso do conselheiro Waldyr Neves, ele teve seu nome envolvido porque apareceu em uma gravação falando com o empresário João Alberto. O que impede um conselheiro do TCE, presidente ou não, ter contato com um empresário até então considerado um cidadão acima de qualquer suspeita? É o mesmo caso do meu amigo, o empresário Naegele, que foi ouvido como testemunha, e foi citado como “mentor” do golpe. Já o empresário João Baird foi “acusado” de ceder sua aeronave a um grupo de pessoas. Oras o avião é dele e devidamente registrado nos órgãos oficiais, e trata-se de um empresário que mantém uma empresa de grande porte desde 1995 em Campo Grande, gerando emprego e pagando impostos. Foi acusado também de ter feito “contribuição legal”, dentro das normas e registradas nas prestações de contas de a partidos e candidatos. É a primeira vez que vejo alguém ser acusado na Justiça pela prática de algo perfeitamente legal. O Mundo virou de cabeça para baixo ou sou eu que estou deslocado?

Eu tenho um amigo que tem um possante “pássaro de fogo”, como diria um parceiro indígena que gosta de manter as tradições do seu povo, quando se refere a uma aeronave, e se um dia eu precisar voar ele também vai recomendar: “Pague o combustível e o piloto que está tudo bem. Pode pegar lá no Teruel”. E se esse meu amigo desde 1974, quando era recém chegado em Campo Grande e trabalhava na Rádio Educação Rural e eu no DIÁRIO DA SERRA e fazíamos pesquisa eleitoral de forma artesanal, usando um enorme gravador. Este amigo, dono do big avião é o jornalista Benedito de Paula Filho.  Já imaginaram se eu peço o avião, o B me empresta e no dia seguinte, por ser acusado de cometer um crime de imprensa ou outro qualquer, o B vai em cana e um desafeto qualquer publica: “B de Paula, amigo do Valdir Cardoso está preso”. Minha irmã, que mora no Santa Emília, bem velhinha, vai ligar para as outras duas “meninas”, também filhas da dona Rosa, a que mora no Monte Castelo e a outra do Caiçara para dizer: Acho que o maninho tá preso.
Depois que sai a notícia, mal intencionada, fica difícil explicar. Deixando a brincadeira de lado vou avisando: Desta vez, o B de Paula não cometeu nenhum crime de imprensa: A Difusora está no ar e o jornal Boca do Povo, circulará normalmente no domingo.

Voltando ao que também interessa, é preciso o afastamento dos vereadores envolvidos no processo anti-democrático, até para livrar a cada de alguns deles que podem não ter nada a ver, ou então devolva suspendam a punição ao presidente Mário Cesar, ou ele votou 23 vezes para cassar o prefeito Alcídes Bernal?

Diante de tudo que está acontecendo, o mais correto seria o afastamento do vereadores e a posse dos suplentes, pois estes que aí estão perderam a condição moral, ética e psicológica de dialogar com o prefeito que está tentando consertar a anarquia implantada pelo hoje presidiário Gilmar Olarte.

Ou a Justiça é feita imediatamente ou será o caos.

Resta ainda a possibilidade de uma ação popular na Justiça. Quem se habilita?


(*) É jornalista, Editor do Site www.ojornalms.com.br,  ex-vereador, presidente da Câmara Municipal, prefeito de Campo Grande, nascido no Bairro Amambaí

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