terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O momento exige muito trabalho


(*) Valdir Cardoso

Esta discussão entre o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), e o atual Alcides de Jesus Bernal (PP) está até deixando de ser estéril e está chegando ao ponto de ser classificada como histérica. A discussão estéril, normalmente registrada entre adversários políticos, não leva a nada e muitas vezes é até recheada de lances dignos de programas humorísticos, enquanto que a discussão histérica, sem nenhuma pitada de humor, chega as raias do absurdo, com reais prejuízos à população.

Enquanto o ex-prefeito ainda está em busca de um novo rumo depois que deixou o poder desempenhado durante oito anos, o atual, com pouco mais de vinte dias à frente do comando do município, indica que a espetacular vitória nas urnas abalou o seu sistema psicológico fazendo-o perder o rumo e o prumo. Na verdade dá claras demonstrações de que surtou.

Chegando ao cúmulo de levantar suspeitas de que por traz das invasões de áreas públicas estariam políticos “que perderam as eleições”, o prefeito faz uma acusação grave e sem provas, se desentende com o Legislativo, recebe apoio administrativo do governador e, mal agradecido, faz questão de esconder a verdade dando sempre a entender que está sendo discriminado pelo chefe do Poder Executivo Estadual.

Oras, o governador André Puccinelli, mesmo sem o prefeito solicitar, renovou a cedência de quase trezentos funcionários estaduais (pagos pelo Governo) para prestarem serviços aos CEINFs da Prefeitura da Capital, bem como alertou o prefeito Bernal sobre a necessidade da assinatura de convênios para que Campo Grande não fosse prejudicada. O que quer o prefeito? Que o governador convença os vereadores, muitas vezes agredidos pelo novo alcaide, apoiem de olhos fechados todas as suas ações? que o governaor indique pessoas competentes para compor o seu secretariado?

Neste aspecto é preciso reconhecer que pelo menos em uma secretaria a nova administração mudou alguma coisa e foi exatamente na Secretaria da Receita e Controle que tinha um servidor de carreira, Cesar Estoduto, como secretário e foi substituído pelo auditor Fiscal Gustavo Freire que, como primeira medida no posto, tomou uma providência “saneadora”: determinou a troca do número do gabinete do secretário. Anteriormente era o gabinete número 13 e agora passou a ser o número 11. Não se sabe se o novo secretário seja um supersticioso ou não gosta nenhum pouquinho dos aliados petistas. 13 é o número do PT e 11 é o do PP, partido do prefeito.

Possivelmente o secretário encontrou o importante setor da administração sem nenhum tipo de problema e por isto tenha tido tempo de para se preocupar com coisas tão insignificantes.

Exemplo de maturidade e compromisso com sua cidade deu o prefeito Paulo Duarte (PT), que como deputado foi um dos mais ferrenhos críticos do governo peemedebista, imediatamente após a posse procurou o governador afirmando que agora pertence a uma nova sigla – o PC- PARTIDO DE CORUMBÁ.

Mandou bem o prefeito corumbaense que está consciente de que precisa contar com a colaboração de todos, independente de siglas partidárias, porque o objetivo deve ser a melhoria da qualidade de vida da população.

O governador deu a sua resposta realizando um encontro com todos os prefeitos eleitos, colocando-se a disposição para ajudar A TODOS os administradores municipais o que, segundo ele próprio, “não é nenhum favor porque o interesse da população está acima das siglas partidárias e a eleição é coisa do passado”.

A hora é de guardar as armas para as próximas batalhas. É hora de trabalhar em benefício daqueles que pagam os salários dos administradores: o povo.

(*) o autor foi vereador, presidente da Câmara da Capital, prefeito de Campo Grande e deputado estadual. É jornalista e diretor do site http://www.ojornalms.com.br/

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