sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Eleição da Mesa da Assembleia teria motivado denúncia contra deputados



(*) VALDIR CARDOSO//


Deputado Paulo Corrêa (PR)


          As denúncias contra os deputados Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB) teria como motivação e pano de fundo a eleição que apontará a nova direção da Assembleia Legislativa, em substituição a atual que é presidida pelo “peemedebista” Junior Mocchi, isto porque tanto o republicano como o néo-tucano, eram vistos como opções mais confiáveis para o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) uma vez que não entregaria o cargo máximo nas mãos de um suposto aliado do ex-governador André Puccinelli.


Deputado Felipe Orro


          Neste jogo sujo da política regional, depois de adquirir deputados de vários partidos, inclusive de alguns eleitos pela oposição, o governador preparou o bote para eleger o sucessor de Mocchi, que inocentemente acreditou que teria o reconhecimento do governador par continuar no cargo diante da sua parceria e submissão aos desejos do poder executivo, conduzindo, ao lado de Eduardo Rocha, também “peemedebista”, a aprovação de verdadeiros absurdos encaminhados à Assembleia Legislativa pelo governador Azambuja, como foi o caso da aprovação da LC 201 que desvirtuou o conteúdo da LC 151/2016, que permitiu aos governos e prefeituras avançarem sobre o total dos depósitos judiciais até o limite de 70% dos vultuosos valores que eram geridos pelo Poder Judiciário, sendo que a Legislação Federal, de autoria da ex-presidente Dilma, permitia que os entes federativos “confiscassem” 70% dos valores referentes às ações nas quais eram parte e não na totalidade dos recurso. Com isto o governo Azambuja conseguiu abocanhar a importância de 1,4 bi para os cofres do tesouro. Diante da reação de alguns desembargadores que viram uma tremenda ilegalidade, o governador resolveu o problema aumentou em R$ 3.000.000,00 no repasse do duodécimo do Tribunal de Justiça, pois o TJ utilizava os juros dos recursos depositados em bancos oficiais para cobrir pequenas despesas dos serviços judiciais. No mês agosto de 2015 o duodécimo do Tribunal de Justiça foi de R$ 45.000.000,00, porém no mês seguinte os valores passaram para R$ 48.000.000,000 sem que os demais poderes –Assembleia Legislativa e órgão auxiliar – Tribunal de Contas –TCE tivesse qualquer tipo de aumento. Na verdade, o que ocorreu aqui no Mato Grosso do Sul foi um autêntico “empréstimo compulsório”, o que só é permitido ao Governo Federal, que seria quase como uma confecção de dinheiro para colocar em circulação.

PESCOÇO NA FORCA

          Ao decidirem fazer parte da “base aliada” do governo tucano, os parlamentares do PMDB comandados por Junior Mocchi e Eduardo Rocha, que atuam como líderes governistas, permitiram que o governo aprovasse matérias prejudiciais à população, como constantes aumentos impostos e taxas, quase sempre por unanimidade, e ao mesmo tempo até incentivaram a ida de parlamentares para o ninho tucano, onde os novos adesistas estão sendo tratados a pão e água. A primeira vítima da mudança foi o ex-prefeito de Terenos Beto Pereira, que deixou o PDT para seguir o partido governista, pois viu seu candidato ser surpreendentemente derrotado na sua cidade, que é sua principal base eleitoral.

          Ao se se decidir por apoiar o governo de Azambuja, Junior Mocchi colocou a própria cabeça na guilhotina, pois agora com maioria na Casa, dificilmente o PSDB permitirá a reeleição do “coxinense”, que não conseguiu lançar candidatura própria na sua cidade, bem como Rocha que decidiu apoiar por baixo dos panos o folclórico Guerreiro para a prefeitura de Três Lagoas, esperando, obviamente, o apoio para a reeleição em 2018. Ambos correm risco.

          No PSDB o nome que surgiu até agora para disputar o cargo de Mocchi, foi o velho deputado Onevan de Matos que em nenhuma legislatura conseguiu cargo importante na Mesa por falta de um só atributo: credibilidade. E não será desta vez, pois até o governador tentou se livrar da “mala”, tentando força-lo a disputar a prefeitura de Naviraí, mas sabendo desgaste ~ele não topou...

          É aguardar para ver, até porque a divulgação do áudio gravado clandestinamente, portanto sem valor jurídico, entre os dois parlamentares vem sendo feito com tanta veemência que dá a impressão de que se trata de uma forma para afastar dois prováveis concorrentes para a disputa da Mesa Diretora, pois se trata de parlamentares experientes e preparados. A “jogada”, se é que existe não beneficiará em nada na tentativa de Mocchi tentar continuar na presidência, até porque entre os funcionários da Casa já vem sendo visto como presidente em fim de mandato. É só aguardar “quando janeiro chegar”.

(*) O autor é jornalista, foi deputado estadual, vereador e prefeito de Campo Grande.         

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