terça-feira, 9 de julho de 2013

EU PROVO: EXISTIU E EXISTE POLÍTICO HONESTO

*Valdir Cardoso

Generalizar tem sido um dos mais graves defeitos dos nossos meios de comunicação social ao longo dos tempos, principalmente quando se aventuram na análise do comportamento de membros de determinadas profissões liberais ou enquadrar nossos representantes, eleitos pelo nosso voto, que são os políticos, colocando todos – gatos e ratos – em um mesmo saco fétido, podre e nojento.

Eduardo Contar Filho (Foto: Arquivo Pessoal)
 
Quem nunca ouviu alguém dizer: “Deputado, tudo ladrão, mensaleiro”; “Médico, integrante da “máfia de branco”; “advogado, chicaneiro, defende bandido”; “jornalista, tudo mordedor”, “todo empresário é sonegador”, e “toda mulher que casa com jogador de futebol é Maria Chuteira”“? Isto é um flagrante de generalização descabida.

Muitas vezes surgem grupos na imprensa que usam os meios de comunicação, que deveriam servir para defender as boas causas, mas que se aproveitam para abrir as portas dos Governos corruptos (não se esqueçam, eleitos por nós) e praticar as maiores falcatruas, usando a força de seus veículos para chantagear e até enlamear aqueles que não cedem, não compram espaços na imprensa mais do que marrom. São, na verdade, de um matiz mais escuro, da cor do fundo do poço dos infernos. Como não devemos generalizar, entendam que nem todos os grupos que comandam a mídia agem desta forma. Há, com certeza, uma minoria que prima pela ética e pela defesa do bem estar coletivo, da valorização do ser humano e da cultura nacional.


Dito isto de uma forma pouco acadêmica pode parecer que esteja tentando defender político ladrão e corrupto, médico que trai o juramento de Hipócrates, advogado chicaneiro ou jornalista mordedor. O que existe, e por isso não podemos julgar sem conhecer muito de perto o comportamento de cada um é uma maioria que denigre a imagem de instituições sérias, seculares, mas também é verdade, repito, há uma minoria que deixa de lado o espírito corporativista e se filia, sem convite, ao grupo que coloca o bem de todos acima dos interesses pessoais.

Feito este preâmbulo devo me reportar que em todos os setores ainda existem pessoas honestas participando profissional ou politicamente de atividades que dignificam a raça humana.

Como já percorri uma boa parte da caminhada que a mim foi destinada nesta minha passagem pelo mundo terreno, me permito, mesmo sabendo que não vou agradar a todos, dizer que no meio político tive o privilégio de conviver com personalidades que classifico como exemplos a serem seguidos, pois dignificaram as instituições às quais serviram ou representaram, pelo comportamento ético e elevado grau de honestidade que demonstram em todos os momentos.

 Wilson Fadul (Foto: Reprodução)

Tenho a petulância de citar apenas alguns que podem representar a galera do bem que por aqui exerceram ou ainda exercem suas atividades e deixaram suas marcas através de atitudes corretas. Sem ordem alfabética ou de preferência pessoal estes são os meus ídolos que não permitem a generalização desenfreada:






PLÍNIO BARBOSA MARTINS, advogado, auditor da 9ª Região Militar, vereador, prefeito de Campo Grande e Deputado Federal; EDUARDO CONTAR FILHO, advogado, presidente do BEMAT (Banco do Estado de Mato Grosso), vereador, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande e deputado Estadual; WALTER DE CASTRO, médico, deputado estadual, deputado federal e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Federal; NELSON TRAD, advogado criminalista, vice-prefeito de Campo Grande (cassado pela Ditadura), procurador de Justiça, Secretário de Justiça, deputado estadual, deputado Federal por cinco mandatos consecutivos, líder do PTB na Câmara Federal, 2º secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados; ZENOBIO NEVES DOS SANTOS, natural de Amambai, vereador, deputado estadual de MS por três mandatos, 1º secretário da Mesa Diretora; HERÁCLITO JOSÉ DINIZ DE FIGUEIREDO, engenheiro civil, secretário de Obras de MS, prefeito de Campo Grande;  ROBERTO MOACAR ORRO, deputado Estadual, fundador do MDB (Favor não confundir com o atual PMDB), presidente da Assembleia Legislativa de MS, secretário de Justiça de MS e governador interino de MS; NELSON ASSEF BUAINAIN, médico, dirigente de entidade filantrópica, diretor do PREVISUL e deputado estadual; DOLOR FERREIRA DE ANDRADE, pecuarista, advogado, deputado federal da UDN; WILSON FADUL, Major médico da Força Aérea Brasileira, prefeito de Campo Grande, deputado Federal, ministro da Saúde no governo de João Goulart, presidente do BANERJ (Banco do Estado do Rio de Janeiro no governo de Leonel Brizola), LUDIO MARTINS COELHO, Banqueiro, dirigente da ACRISUL, prefeito de Campo Grande, Senador da República; VICENTE BEZERRA NETO, advogado especialista em assuntos fundiários, sendo um dos autores do Estatuto da Terra, um dos documentos mais importantes e utilizados para a implantação da Reforma Agrária, deputado eleito pelo Partido Comunista em 1945 e cassado logo em seguida, senador da República pelo MDB; ANTONIO MENDES CANALE , deputado estadual, federal, prefeito de Campo Grande e senador da República, 1º secretário do Senado;  ANTONIO LOPES LINS, Nordestino, bancário, superintendente do Banco do Brasil, Deputado Estadual, professor e escritor; LUIZ ALEXANDRE DE OLIVEIRA, advogado, Professor, benemérito da Colônia Japonesa, vice-prefeito de Campo Grande.





A maioria dos citados se conquistou fortuna não foi através das posições que ocuparam na vida pública, mas através do trabalho ou herança de família. A maioria não chegou a ser considerado “rico” e aqueles que saíram “pobres” são chamados pelo próprio povo de “trouxa” porque não se locupletaram do poder.




Mesmo não tendo ocupado cargos eletivos, mas tiveram poder e exerceram influencia (a boa influencia) em entidades de classe e no serviço público não poderia deixar de citar três pessoas que posso apontar como exemplo de lealdade, honestidade e elevado espírito de solidariedade. Pelo menos um deles ficará surpresa com esta declaração de admiração e respeito da minha parte pelo fato do pouco contato que mantivemos.
 São eles: NEY RAMÃO MAGALHÃES, SÍLVIO MENDES AMADO E ABÍLIO LEITE DE BARROS.



NEY MAGALHÃES foi presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã, subchefe da Casa Civil no Governo Pedro Pedrossian, Delegado Regional do Ministério da Agricultura em Mato Grosso do Sul. É PRODUTOR RURAL EM Amambai/MS.

 Ney Magalhães (Foto: Arquivo Pessoal)


SILVIO MENDES AMADO , foi um dos primeiros dirigentes da FAMASUL, produtor rural e defensor da classe trabalhadora.

 Silvio Mendes Amado (Foto: Reprodução)


ABILIO LEITE DE BARROS, pantaneiro, advogado formado no Rio de Janeiro, professor, produtor rural, secretário de Educação durante a administração de Plínio Barbosa Martins.


Abilio Leite de Barros (Foto: Reprodução)

Assumo o compromisso de realizar um apanhado sobre a vida de cada uma destas personalidades que sempre pautaram pela defesa das boas causas, pela conduta correta na administração dos bens públicos. Vou pesquisar sobre as atividades de cada um para que fique registrado que eles não estiveram aqui por acaso, mas sim para servir de exemplo a um povo que já não tem semelhante como ponto de referência e que é levado a acreditar que todos são “farinha do mesmo saco”.

Em tempo: Se você é meu amigo e eu te conheço e não citei o seu nome aqui foi por mero esquecimento, o que é natural para alguém que passou dos 60 aninhos. Diplomacia é isso.


(*) O autor é jornalista e foi vereador, presidente da Câmara da Capital, sub-chefe da Casa Civil do Governo de MS, chefe de Gabinete da Secretaria de Saúde Estadual, deputado estadual e prefeito de Campo Grande.

Nenhum comentário:

Postar um comentário