terça-feira, 25 de junho de 2013

BRASILEIRO: PROFISSÃO ESPERANÇA

Entre momentos de extrema confiança nos destinos da Pátria e decepções com lideranças políticas nas quais acreditava cegamente, muito cedo eu aprendi que, apesar de tudo nunca, jamais,  podemos perder as esperanças no futuro da nossa Pátria, fadada a ser, um dia, um País de verdade, comandado por gente honesta e que respeita o dinheiro público, que não massacra indígenas, que não pune produtores que querem trabalhar, que devolve ao cidadão, através da prestação de serviços de qualidade, acesso à Educação, ao lazer, à Cultura, ao direito de ir e vir e ganhos reais que não necessitem de complementação através de enganações como "bolsa família", "bolsa fome zero", "bolsa zuca" e tantas outras artimanhas para acobertar os roubos praticados por aqueles que prometeram tudo e só enganaram.

Ainda garoto, assisti a decepção da minha família (udenista doente... só podia ser doença) lamentar a derrota do Brigadeiro Eduardo Gomes para o esquema do ditador Getúlio Vargas, ao mesmo tempo que via o jovem dr. Wilson Barbosa Martins perder a eleição para prefeito da pequenina Campo Grande em 1950 para o médico Ary Coelho de Oliveira. Nem tudo estava perdido, pois a "nossa" UDN ( União Democrática Nacional), elegia o médico Fernando Corrêa da Costa governador do velho Mato Grosso.
Cinco anos depois, eu já com 10 anos e leitor assíduo da coluna do Carlos Lacerda no Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, espalhava "Santinhos" do candidato a deputado Federal Fernando Alves Ribeiro (Tico) e do general Juarez Távora para presidente da República. O Tico foi eleito, o Juarez perdeu, assim como o candidato a governador Rachid Saldanha Derzi (UDN) perdia para o cuiabano João Ponce de Arruda (PSD).

Vieram outras eleições como a grande alegria com a vitória do conterrâneo Jânio da Silva Quadros, em 1960, a posse do João Goulart (PTB) depois da renúncia do presidente. Logo em seguida fui para São Paulo, mais precisamente para o bairro Campestre em Santo André, onde além de trabalhar em uma fábrica de tacos, aos dezessete anos, morar na casa de um cunhado com idéias "estranhas", para um "udenista" do interior do Mato Grosso. O "Cara" - o cara mesmo - Sebastião Bueno Camargo - era comunista e me falava sobre política. Encurtando a história: o meu cunhado me convenceu que a esquerda era o caminho para o Brasil que eu já sonhava. Sebastião, pai da Maura, da Maria Lucia  e da Sônia, foi casado com a mana Ilda, que aos 83 anos mora em Campo Grande, no Bairro São Conrado. Sebastião DESAPARECEU  em São Paulo nos anos mais terríveis da Ditadura, em 1969. Nunca descobrimos onde seu corpo foi parar ou onde foi "desovado".

Entre esperanças e decepções optei pelo jornalismo e, posteriormente através do DR. PLÍNIO BARBOSA MARTINS ingressei na política partidária pelo extinto MDB. Através do Plínio, conquistei apoio de boa parcela da esquerda campo-grandense ( naquela época existia ideologia) - professor Itamar, os irmãos Eudes e Celso Costa, família Trad, com o Nelson  já punido pela ditadura- conquistando dois mandatos de vereador, sendo que primeiro mandato vereador não tinha nenhum tipo de remuneração, muito menor café da manhã pago pela Câmara.

Este preâmbulo todo só tem um objetivo e, como diria o meu saudoso amigo NELSON TRAD  (O PAI):" É preciso que as pessoas fiquem sabendo  que existimos e mantivemos nossa esperança porque um dia este pais vai mudar, com a gente presente ou após a nossa partida".

E se as mudanças que esperamos durante tantos anos estão acontecendo agora, posso me considerar um privilegiado: Estou presente e continuo sendo BRASILEIRO: PROFISSÃO ESPERANÇA.  

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