VALDIR CARDOSO
Muita
gente ainda pergunta porque o médico e ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad,
mesmo diante do natural desgaste devido ao longo período em que foi detentor de
mandatos (Diretor do extinto PREVISUL, vereador, deputado estadual, prefeito
por dois mandatos consecutivos e secretário de estado na administração do
ex-governador André Puccinelli) aparece com grande destaque em todas as
pesquisas de intenção de votos para as próximas eleições para escolha do
prefeito da Capital sul-mato-grossense.
Para seus seguidores, que são em grande
número, o “segredo” está no fato de que o neopetebista (voltando às origens),
foi ao lado de André Puccinelli e Levy Dias, um dos melhores prefeitos que a “Cidade
Morena” teve ao longo da sua história.
Seus adversários, que também representam um número
considerável, não admitem e chegam ao ponto de, torcendo o nariz, afirmar que
Nelsinho recebeu uma Prefeitura administrativamente “redondinha”das mãos do seu
criador, o ex-governador André Puccinelli, e que ele “apenas” manteve o ritmo
de obras e conseguiu grandes recursos provenientes do PAC e asfaltou grande
número ruas e avenidas ligando a periferia ao centro da cidade.
Como
não deve dar crédito aos elogios de companheiros e muito menos às críticas dos adversários,
as vezes gratuitos outras vezes bem remunerados, é preciso uma opinião isenta,
independente mesmo, para explicar o fenômeno eleitoral chamado Nelsinho Trad.
Além de
um forte trabalho na área social, principalmente na melhoria do sistema
educacional da REME, que lhe deu dezenas de prêmios nacionais, como também as
belas e amplas avenidas, apesar da falta de qualidade na pavimentação asfáltica
e um considerável investimento na mídia através da grande imprensa e jornalecos
de circulação duvidosa e pagos apenas para aplaudir, pode ser a soma de tanto
prestígio eleitoral para o principal político da família Trad.
Por mais estranho que possa aparecer, o maior legado
dos oito anos da administração Nelsinho Trad e de outros administradores não pesa
nas pesquisas de opinião pública porque não aparece “a olho nu” e só mostra
seus efeitos vários anos depois. Trata-se da ampliação da rede de coleta de
esgotos, que é acima de tudo um investimento preventivo na área de SAÚDE, pois
pouco adianta construir postos de saúde, UPAS hospitais e criar projetos tipo “caravana
da catarata” e não investir nas causas do surgimento de inúmeras doenças endêmicas,
que assolam os grandes centros urbanos.
É certo
que o contribuinte paga pela captação e tratamento de esgoto, mas qual é o
serviço público que não é pago pelo espoliado contribuinte?
O
saudável convênio feito entre a Prefeitura da Capital, na administração de
Nelsinho Trad e a empresa ÁGUAS GARIROBA, está tirando Campo Grande da
vergonhosa situação de ter apenas 15% das residências ligadas à rede de esgoto
e depois do SANEAR MORENA deve chegar à até a casa dos 86%.
Também
Levy Dias, na década de 70, com o projeto SALVE nas escolas da REME, fez um
trabalho de base e investiu também em pavimentação asfáltica com drenagem e
captação de águas pluviais, porém a cidade cresceu muito e este trabalho
praticamente nunca foi devidamente divulgado, como não se pode esquecer dos
investimentos na erradicação de favelas, recuperação e urbanização das áreas de
fundo de vale, trabalhos levados a efeito durante as gestões de Marcelo Miranda,
Juvêncio Cesar da Fonseca, Ludio Coelho, Heráclito Figueiredo e André Puccinelli.
Quem não se lembra do favelão que as margens do córrego Ibirussu antes da
administração Puccinelli na prefeitura da Capital, onde os bairros Santa
Emília, São Conrado e Caiobá eram separados da “cidade” por um vergonhoso
FAVELÃO que começava atrás das áreas militares e quase chegava ao anel
rodoviário, depois da CopaVila e Jardim Tarumã, na divisa com a Fazenda Novo Imbirussu?
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“Enxergar o óbvio, sem nenhum interesse pessoal deve doer
muito”. A frase é do autor deste artigo que tenta ver a política sob um ângulo
diferenciado. Um dia eu chego lá.
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