(*) VALDIR CARDOSO///
Assim
como a maioria dos juristas brasileiros, advogados que renunciaram a defesa do
senador Delcidio Amaral (MS/sem partido) entendem que ao fazer o acordo de
deleção premiada com os investigadores da Operação Lava Jato, o ex líder do
governo Dilma no Senado assinou também um espécie de reconhecimento de culpa,
visando receber benefícios na diminuição da pena que venha a lhe ser imposta tendo
como atenuante o fato de estar “colaborando
com as investigações nas quais figura como réu por suposta tentativa de
obstruir os trabalhos de investigação. Agora lhe resta a opção de renunciar ao
mandato que lhe foi confiado pelos eleitores de Mato Grosso do sul.
Posteriormente ao seu depoimento que balançou as estruturas da
República, o senador que se encontra em São Paulo para tratamento de saúde
concedeu duas entrevistas bombásticas a dois importantes órgãos da imprensa
nacional. Na primeira entrevista após ser liberado da prisão em regime fechado
na Superintendência da Polícia Federal em Brasilia,`a Revista Veja, o representante
de MS no Senado Federal ratificou suas declarações feitas aos membros da
Operação Lava Jato dando mais detalhes sobre a participação do ex presidente
Lula no esquema de recebimento de propinas provenientes de desvios de recursos
da PETROBRAS e que a presidente Dilma, além de ser beneficiada direta tinha
pleno conhecimento dos desvios de recursos públicos para “bombar” campanhas do
PT e de partidos aliados. Na primeira entrevista à televisão, concedida ao Jornal
Nacional da Globo, o ex líder petista foi mais enfático ao dizer com todas as
letras e de viva voz que o ex presidente Luis Inácio Lula da Silva era
realmente o verdadeiro chefe da quadrilha que roubou a Petrobras , esquema iniciado
em 2003, quando o então presidente começou a comandar a nomeação de diretores
da estatal com o objetivo de “arrecadar” recursos ilicitamente em proveito
próprio ou em benefício de políticos aliados.
RENÚNCIA À VISTA
Com a
certeza de ter sido abandonado pela cúpula petista, o senador perdeu as
esperanças de encontrar qualquer tipo de apoio para garantir a manutenção do
seu mandato de senador, e por isso preferiu denunciar os verdadeiros beneficiários
dos desvios praticados por empresários, políticos e diretores da PETROBRAS e se preparar
até para apresentar seu pedido de renúncia ao mandato, antes do julgamento do
Conselho de Ética do Senado que pode decidir pela sua cassação.
O
senador, que já colocou bens à disposição da Justiça para quitar o “acerto de
contas” com a Justiça no valor de R$ 1,5 mi optou por recuperar parte da tranquilidade
que perdeu ao ingressar na vida pública e se associar a malfeitores transvestidos
de dirigentes partidários e representantes do povo. Na verdade o ex tucano
Delcidio do Amaral Gomez, corumbaense de inteligência bem acima da média, cometeu
o primeiro equívoco ao trocar o PSDB pelo PT, pois mudou apenas de “quadrilha”,
com a diferença de que passou a ser uma presa fácil nas mãos de “chefetes”
metidos a “mafiosos” porém aculturados e de inteligência mediana. Foi vítima e
agora revida denunciando os seus algozes com bicos” e outros ex “desdentados”.
(*) O autor é jornalista e foi vereador, presidente da
Câmara de Vereadores prefeito de Campo Grande, deputado estadual e sub chefe da
Casa Civil do governo do engenheiro Pedro Pedrossian.
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