Advogado, economista, jornalista, foi
vereador de Campo Grande e deputado federal.
Tem gente comparando a
situação política atual a vários outros momentos anteriores da nossa História.
Uns, os mais velhos, lembram a derrubada de Jango e o início da ditadura
militar em 1964. Outros, mais novos, recordam a morte de Tancredo e a posse de
Sarney. Não podia faltar quem faça comparações com o impeachment de
Collor.
Entendo que há um pouco de
razão para cada um desses grupos. Mas considero ser necessário observar um elemento
novo na situação: o mundo de hoje é muito diferente de cada um e de todos esses
três momentos: a realidade virtual faz os fatos se sucederem com espantosa
velocidade. O Brasil de agora tem milhões de brasileiros conectados com as
exigências globais e, o que é mais impressionante, essa conexão acontece
diretamente entre as pessoas, as famílias e os diferentes grupos. Quase sempre
de forma independente de partidos políticos e de entidades da chamada sociedade
civil.
Em outras palavras, a conexão
nos faz prescindir de intermediários. Falamos por nós mesmos. Descobrimos e
acreditamos na nossa própria capacidade de agir, de falar e, consequentemente,
de exigir.
Por isso os políticos perdem representatividade ao menor deslize. Por isso os
partidos se nivelam por baixo, se igualam pela mediocridade e, lógico, deixam
de ser importantes. Por isso os mandatos conquistados nas urnas valem hoje
muito menos do que valeram em outros tempos.
Se, de fato, a democracia é a
voz do povo, jamais fomos tão democráticos.
Mas há um risco muito grande
nisso tudo: o risco da incerteza onde vamos chegar. Ninguém, com juízo
perfeito, tem condições de fazer uma previsão no mínimo razoável. Até porque
qualquer que seja o resultado dessa demanda (ao mesmo tempo política,
partidária e popular!) parece nos reservar uma Nação fragmentada e ferida.
A História da humanidade
reproduz a ação dos seus líderes. Ao longo dos séculos, bons e maus líderes,
conduziram os povos. Por essa razão, há um rastro imenso de sangue na História
de cada povo.
O momento atual nos mostra a
fragilidade das lideranças de todas as concepções ideológicas e partidárias. O
Brasil de hoje parece um barco à deriva. Não há um comando firme, competente e
sereno.
E não estou falando do
governo atual. Muito menos de Dilma. Minha preocupação não é com os problemas.
Preocupo-me com as soluções. Até porque o que vejo e sinto são movimentos em
direção à intolerância e esse é o caminho mais curto para o caos.
Dos três Poderes, Executivo e Legislativo estão combalidos em razão dos
próprios erros. Em um e no outro, as marcas da corrupção demonstram que ela, a
corrupção, deixou de ser fato pontual para se tornar uma praga sistêmica que
atinge igualmente os partidos e, por consequência, as instituições públicas e
privadas.
Resta-nos o Judiciário.
O mesmo Judiciário que sempre foi o Poder apaziguador dos conflitos. Judiciário
que nunca, como agora, tem a grandiosa tarefa institucional de punir
exemplarmente os culpados, mas, também e ao mesmo tempo, consiga refrear os
ânimos e sinalizar o rumo da concórdia e da paz, sem as quais nosso futuro,
vale dizer, o futuro dos nossos filhos e netos, está seriamente ameaçado e
comprometido.
Enquanto isso, cabe a cada um de nós, o dever da vigilância crítica, mas
responsável. Para começar, precisamos compreender e aceitar que o grande mérito
das democracias é a convivência das ideias contrárias. Além disso,
independentemente das nossas escolhas partidárias, podemos e devemos usar nossa
força de aglutinação social para reivindicar a excelência dos serviços de
educação, saúde, transporte, segurança é todos os outros necessários e
indispensáveis à consecução da nossa cidadania.
Finalmente, no que se refere à corrupção e aos corruptos, não entremos na tola
discussão segundo a qual o “o corrupto do meu partido e menos corrupto que o do
seu partido”. Tenhamos sempre em mente que corrupção é crime e todos criminosos
devem ser punidos, sejam de que partido ou ideologia forem.
E crimes são da alçada da polícia e da Justiça.
Tem gente comparando a
situação política atual a vários outros momentos anteriores da nossa História.
Uns, os mais velhos, lembram a derrubada de Jango e o início da ditadura
militar em 1964. Outros, mais novos, recordam a morte de Tancredo e a posse de
Sarney. Não podia faltar quem faça comparações com o impeachment de
Collor.
Entendo que há um pouco de
razão para cada um desses grupos. Mas considero ser necessário observar um elemento
novo na situação: o mundo de hoje é muito diferente de cada um e de todos esses
três momentos: a realidade virtual faz os fatos se sucederem com espantosa
velocidade. O Brasil de agora tem milhões de brasileiros conectados com as
exigências globais e, o que é mais impressionante, essa conexão acontece
diretamente entre as pessoas, as famílias e os diferentes grupos. Quase sempre
de forma independente de partidos políticos e de entidades da chamada sociedade
civil.
Em outras palavras, a conexão
nos faz prescindir de intermediários. Falamos por nós mesmos. Descobrimos e
acreditamos na nossa própria capacidade de agir, de falar e, consequentemente,
de exigir.
Por isso os políticos perdem representatividade ao menor deslize. Por isso os
partidos se nivelam por baixo, se igualam pela mediocridade e, lógico, deixam
de ser importantes. Por isso os mandatos conquistados nas urnas valem hoje
muito menos do que valeram em outros tempos.
Se, de fato, a democracia é a
voz do povo, jamais fomos tão democráticos.
Mas há um risco muito grande
nisso tudo: o risco da incerteza onde vamos chegar. Ninguém, com juízo
perfeito, tem condições de fazer uma previsão no mínimo razoável. Até porque
qualquer que seja o resultado dessa demanda (ao mesmo tempo política,
partidária e popular!) parece nos reservar uma Nação fragmentada e ferida.
A História da humanidade
reproduz a ação dos seus líderes. Ao longo dos séculos, bons e maus líderes,
conduziram os povos. Por essa razão, há um rastro imenso de sangue na História
de cada povo.
O momento atual nos mostra a
fragilidade das lideranças de todas as concepções ideológicas e partidárias. O
Brasil de hoje parece um barco à deriva. Não há um comando firme, competente e
sereno.
E não estou falando do
governo atual. Muito menos de Dilma. Minha preocupação não é com os problemas.
Preocupo-me com as soluções. Até porque o que vejo e sinto são movimentos em
direção à intolerância e esse é o caminho mais curto para o caos.
Dos três Poderes, Executivo e Legislativo estão combalidos em razão dos
próprios erros. Em um e no outro, as marcas da corrupção demonstram que ela, a
corrupção, deixou de ser fato pontual para se tornar uma praga sistêmica que
atinge igualmente os partidos e, por consequência, as instituições públicas e
privadas.
Resta-nos o Judiciário.
O mesmo Judiciário que sempre foi o Poder apaziguador dos conflitos. Judiciário
que nunca, como agora, tem a grandiosa tarefa institucional de punir
exemplarmente os culpados, mas, também e ao mesmo tempo, consiga refrear os
ânimos e sinalizar o rumo da concórdia e da paz, sem as quais nosso futuro,
vale dizer, o futuro dos nossos filhos e netos, está seriamente ameaçado e
comprometido.
Enquanto isso, cabe a cada um de nós, o dever da vigilância crítica, mas
responsável. Para começar, precisamos compreender e aceitar que o grande mérito
das democracias é a convivência das ideias contrárias. Além disso,
independentemente das nossas escolhas partidárias, podemos e devemos usar nossa
força de aglutinação social para reivindicar a excelência dos serviços de
educação, saúde, transporte, segurança é todos os outros necessários e
indispensáveis à consecução da nossa cidadania.
Finalmente, no que se refere à corrupção e aos corruptos, não entremos na tola
discussão segundo a qual o “o corrupto do meu partido e menos corrupto que o do
seu partido”. Tenhamos sempre em mente que corrupção é crime e todos criminosos
devem ser punidos, sejam de que partido ou ideologia forem.
E crimes são da alçada da polícia e da Justiça.