Bugalu comemora 18 anos de vida artística e tem se apresentado em casas noturnas, bares e restaurantes de Campo Grande sempre com muito sucesso |
A
comemoração de 17 anos de carreira musical de José Leonardo Serra Curvo, o
“Bugalu”, vai ser o grande acontecimento artístico do mês de setembro em Campo
Grande. O evento será na Chácara Tropicália, de João Marcos Figueiredo, na
região do bairro Vila Santa Luzia, no domingo, dia 13, com início ao meio-dia,
e contará com a presença de grande número de artistas sul-matogrossenses, entre
músicos e artistas plásticos.
Bugalu
fará o show de abertura juntamente com Zeca do Trombone, Carlos Batera,
Caxinguelê e Luciano. Depois haverá a sequência de shows dos artistas
convidados até “Buga” fazer o encerramento. No cardápio do almoço, incluído no
preço do ingresso de R$ 30,00, constam strogonoffs de carne e frango.
Os
ingressos podem ser adquiridos no Park’s Burguer, Chalé Burguer, Bar La Na
Madá,
Sarau do Alfredão, entre outros lugares.
Sarau do Alfredão, entre outros lugares.
“Estou
fazendo esse show para, além de comemorar esses anos todos de vida artística,
mostrar algumas das composições que constarão de meu primeiro CD. Outro
objetivo é arrecadar fundos para proporcionar melhores condições de trabalho”,
explica Bugalu, apelido que lhe foi dado por Chokito Sambista pela semelhança
com um personagem de desenho animado de televisão, um ursinho de pelúcia.
Bugalu
está na melhor fase de sua carreira musical. Por isso o show “Bugalu e suas
aventuras no reino musical” se reveste de caráter de comemoração. Ele ainda
está trabalhando na confirmação da presença dos artistas de renome regional,
estadual e nacional.
Atualmente
Bugalu desenvolve seu trabalho solo, de voz e violão, e acompanha e canta com
Maria Helena Suki e Zeca do Trombone. Ele tem se apresentado no bar Lá Na Madá,
Park’s Burguer, Café Mostarda, Varandas do Pantanal e em festas
particulares.
Histórico
José
Leonardo nasceu em Aquidauana, filho de José Gonzaga Provenzano Curvo e
Brunilde Garcia Serra, no dia 27 de maio de 1981, mas foi ainda bebê para
Corumbá, de onde são seus pais. O pai era maquinista da Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil. “Eu me considero corumbaense”.
Ele
é o mais velho dos quatro filhos de “seu” José Gonzaga. Em Corumbá Bugalu
estudou no Colégio Estadual Otacílio Faustino da Silva até que, aos 10 anos,
foi embora de casa e viajou para a Bolívia. Desgarrado, sem-teto, foi
encontrado perambulando pelas ruas de Santa Cruz de La Sierra por um sacerdote
católico italiano que o acolheu e o levou para a Comunitá Encontro, entidade
que presta assistência a menores de rua, drogados e alcoólatras. Aí, aos 15
anos, ele ganhou o primeiro instrumento, um violão, de sua tia Mara Batalha
Victório.
Na
comunidade o jovem corumbaense, um mulato alto e forte, de olhos verdes e muito
simpático, que hoje tem enorme legião de fãs, terminou o ensino médio. Mas, por
ter saído de casa “sem lenço nem documento”, não tem como comprovar isso. Em
2007, no entanto, José Leonardo passou no exame de Reintegração Escolar, que
lhe deu o diploma do Segundo Grau. E agora ele está fazendo o curso de Técnico
em Biblioteconomia no Centro de Educação Profissional Ezequiel Ferreira de
Lima.
Como
membro da Comunitá, Buga se destacou como rapaz dedicado aos estudos e
cumpridor dos regulamentos. Por essa razão, e por ser o primeiro brasileiro a
se integrar ao grupo, foi levado a vários países, entre os quais Peru,
Argentina, Costa Rica e Itália, onde morou em Roma, Milão, Florença e Terni, na
Umbria, região em que passou a maior parte do tempo de sua residência. Essas
viagens lhe trouxeram muitas vantagens, como o domínio da língua espanhola e
italiana.
“Por
eu não ter papéis de minha cidadania brasileira, arranjei documentação
boliviana falsa com a qual viajei por todos esses países. Só me regularizei
quando a Comunitá abriu uma unidade em Brasília e fui destacado para vir da
Itália à capital federal. Daí, fiz tudo certo na Polícia Federal”, conta o
artista.
Padre, não
Na
comunidade, surgiu um impasse. Para continuar nela, Bugalu precisava definir se
tinha vocação sacerdotal. Então, aos 16 anos ele pôs os pés na estrada e foi
morar com a tia Dalva Maciel em Terenos, onde ganhou o segundo instrumento, um
cavaquinho, de um policial rodoviário federal chamado Benitez.
Quando
o rapaz adoeceu, a mãe o levou de volta a Corumbá. Então, ele, audodidata, já
tocava violão e cavaquinho. “Eu ficava o dia inteiro com o cavaquinho na mão”.
Nessa época Bugalu conheceu o Neizinho, grande músico corumbaense que lhe deu
várias dicas e conhecimentos de músicas que contribuíram para sua formação e
desenvolvimento instrumental. Ele se aperfeiçou eventualmente tanto no violão
de 6 cordas quanto no de 7, no cavaquinho e no bandolim.
Foi
quando entrou para o grupo de samba Alforria e tocou também com o grupo Coisa
Nossa. Reintegrou-se ao Alforria e o grupo veio para Campo Grande tentar a
sorte. Esta não sorriu para os corumbaenses que voltaram todos para sua cidade
branca, menos Bugalu.
“Pode-se
imaginar minhas dificuldades nessas épocas, sem casa para morar e sem trabalho
musical fixo”, recorda Bugalu.
As
coisas melhoraram quando ele passou a tocar com vários grupos de pagode, como o
Samba Som 5 e Dito e Feito, entre outros. Logo ele se destacou como violonista,
sendo convidado para acompanhar músicos que vinham fazer show em casas noturnas
de Campo Grande, Corumbá e Cuiabá. Entre os músicos de fora citam-se Almir
Guineto, Nelson Sargento, Neguinhoda Beija-Flor, Dudu Nobre, Seu Jorge, Crigor,
doex-Exaltasamba, Salgadinho, Wilsinho Malícia, Anderson Leonardo, do Molejo,
Vavá, do Cara-Metade, Márcio, do Art Popular, Nilmar, do Pique Novo, Lecy
Brandão, Délcio Luís, do Raça e Kiloucura, e Flavinho Sílvio, do 100%.
Nessa
época Bugalu já estava om 21 anos. Passou a acompanhar artistas do quilate de
Maria Helena Suki, Niltinho Marrom, JucyIbanez, Bibi do Cavaco, Rô Leite,
Melissa Azevedo, Clécia Maia, Toniquinho da Viola, maestro Assis, Miss Mel,
Áttila Gomez, Adriano Praça, Edir Valu, Thalita,Gideão Dias e Bicudo.
A
próxima fase foi a de trabalho solo, como virtuose no violão e cantor. “Passei
a divulgar meu trabalho como BugaluArt Show”. Ele vem desenvolvendo também uma
obra de compositor e entre suas músicas ele destaca Samba Bom, Expressão
Popular, Momentos de Ternura, Meus Defeitos Pratos Fundos, O Homem e o Tempo e Vindança.
Estas últimas três são em parceria com o jovemcompositor e poeta Jair Fraga.
Neste último ano, Bugalu se juntou mais firmemente com Jair Fraga, Bruno Pironato e Zeca do Trombone num grupo de compositores chamado Carta Brasilis que visa montar um repertório de obras autorais para shows em escolas e casas noturnas e eventualmente gravar um CD/DVD.
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