terça-feira, 6 de outubro de 2015
MULHERES GUERREIRAS DO CAMPO
Recebi em meu E-Mail um contundente artigo assinado pelo amigo Ramão Ney Magalhães, no qual o produtor rural e escritor da Fronteira com o Paraguai, analisa com profundidade a participação da mulher sul-mato-grossense na luta contra a invasão de terras e o inegável destemor daquelas que ele chama de MULHERES GUERREIRAS DO CAMPO.
R. Ney Magalhães
Ao ler a entrevista de Roseli Ruiz, uma guerreira e valente Mulher do Campo, Presidente do
Sindicato Rural de Antonio João/MS fiquei emocionado, revoltado e extremamente desiludido
em minha fé e crença nos propósitos religiosos e pátrios com que fui criado. Através das
esclarecedoras palavras dessa líder ruralista- adrenalina pura- questionada pelo site
“brasil.elpais.com” e publicada em 09/09/2015 no JORNAL REGIONAL editado em Ponta Porã
comprova-se a maléfica ação de Entidades estrangeiras aliadas a maus brasileiros que tentam
desestabilizar o “direito de propriedade”, e por conseqüência fraudar a Constituição Nacional,
implantando aqui o socialismo improdutivo do regime comunista.
Roseli Ruiz é esposa do produtor rural Pio Queiroz Silva, filho do meu saudoso amigo e
companheiro ruralista Pio Silva, tropeiro que lá por meados do século passado ainda na minha
adolescência conheci como “o mineiro vendedor de Tourinhos Gyr”, conduzindo esses
Reprodutores desde o Triangulo Mineiro e também do Sul de Minas até o Sul de Mato Grosso
ainda uno. Aqui na Região de Fronteira ele trocava aqueles animais de Raça por “torítos” como
era chamada a produção de garrotinhos sobreano e por “vacas boiadeiras” as matrizes de
descarte. Como “boiadeiro”, montado no lombo de burro conduzia estes animais até as
margens do Paranazão onde os negociava com “invernistas” paulistas do Estado de São Paulo.
Nessas andanças pela fronteira, ainda naqueles anos longínquos conseguiu encontrar e
comprar um pedaço de chão para firmar raízes nesta fralda da Serra de Maracajú, Cordilheira
de Amambay que com topografía dobrada e montanhosa não muito ao gosto dos
colonizadores gaúchos, que a pedido do Governo Federal naqueles tempos aqui aportavam
para colonizar, fixar e consolidar as Fronteiras recém demarcadas pós-guerra. O colonizador
boiadeiro Pio Silva sentia-se seguro e realizado concretizando seu sonho patriótico de produzir
alimentos e ao mesmo tempo exercer a função cívica de “sentinela” da Pátria, patrimônio e
ensinamentos que legou para sua família agora atacada.
Este Pioneiro acompanhou assim o surgimento da Colônia Penzo, hoje Município de Antonio
João, nome que homenageia o heróico Tenente que em um episódio da Guerra do Paraguay
derramou seu sangue em defesa da Pátria, assim como agora os novos colonos guardiões
daquelas fronteiras continuam vertendo o suor de seu trabalho diário e com noites mal
dormidas pelas preocupações com a falta de segurança jurídica de suas propriedades e falta de
segurança pessoal para si e sua família bem como para com seus funcionários, temendo
desarmados, serem atacados a qualquer momento por hordas de guerrilheiros estrangeiros,
acoitados nas linhas de fronteira por maus brasileiros mancomunados com ONGs que vem
alarmando aquela região. Comentários alertam sobre a presença de elementos do EPP –
Exercito do Povo Paraguayo, um movimento para-militar executor de ataques e seqüestros em
Fazendas naquele norte do País vizinho. Tornou-se rotina o ataque do EPP também aos Postos
de Policia do Interior do Paraguay. O ABC Color um grande Jornal de Asunción noticía
periodicamente os ataques com morte de Policiais e queima das Comissarías. As reportagens
afirmam também que o EPP é treinado e financiado pelas FARC colombianas, ligadas ao
narcotráfico. No norte paraguayo é comum se observar barricadas com sacas de areia
protegendo os Postos Fiscais e Policiais, nas margens das Rodovias e nos entroncamentos
rodoviários. Guerrilha declarada em franca atividade por toda a extensão da faixa de fronteira
com o MS.
Neste clima de insegurança os produtores rurais tanto paraguayos do lado de lá como os
brasileiros do lado de cá vivem em constante tensão.
Assim, a família do pioneiro Pio Silva teve sua Fazenda invadida diversas vezes por indígenas
que não são desta região e sim supostamente estrangeiros. E por outro lado os poucos
indígenas brasileiros, remanescentes da vizinha zona do Campestre, Sem uma tutela adequada
da FUNAI sofrem as conseqüências do abandono governamental.
Nos últimos dias as invasões de indígenas em diversas Fazendas, expulsando de suas casas as
famílias dos proprietários e de seus funcionários provocaram uma onda de revolta nos
cidadãos do Município de Antonio João.
Em reunião no Sindicato Rural com a presença de Parlamentares Federais do MS centenas de
membros ecléticos daquela sociedade, comerciantes, ruralistas etc. a Presidente Roselí Ruiz
descreveu os horrores dos ataques sofridos pelas famílias durante as invasões.
Ao ouvir um politico discursar, pedindo calma e paciência no aguardo de uma decisão do
Governo Federal, esta “mulher guerreira do campo” sufocada pela indefinição e indecisão
daquele representante do povo deu um “basta” na Reunião. Comunicou aos presentes que
estava retornando para seu lar, para a sua casa invadida a qual iria naquele momento retomar
“na marra”. Grande parte da população presente acompanhou a guerreira que ao chegar
diante dos invasores assustados com a presença da multidão revoltada, entre tapas e
empurrões abandonaram o local. O Jornal Regional publicou a Manchete: “AGORA SÓ SAIO DE
CASA ALGEMADA OU MORTA”.
Alguns dias atrás o Ministro da Justiça em reunião na Assembléia Legislativa ao ser
questionado por uma produtora Rural há mais de um ano também expulsa de seu lar por
invasores índios, foi grosseiro, prepotente e no mínimo truculento, despreparado e mal
educado ao mandar que ela se calasse sob pena dele encerrar o dialogo e se retirar. Diante
desse quadro de desesperança com os atuais Governantes, outra Mulher Guerreira do Campo,
a Deputada Estadual Mara Caseiro parte agora para o ataque contra os possíveis mentores
desta Questão Fundiária que abala a Economia e o Desenvolvimento do MS, em busca de
assinaturas dos demais Deputados Estaduais a fim de criar uma CPI para esclarecer a
participação do CIMI - Conselho Indigenista Missionário chamado de braço da Igreja Católica,
sempre citado como incentivador desses episódios impatrióticos. Que DEUS proteja estas
Mulheres Guerreiras.
*Produtor Rural em Amambai-80 anos.
Co-Fundador da FAMASUL
Ex.Presidente do Sindicato Rural de Ponta Porã
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