(*) Valdir Cardoso
A crise
política que se abate sobre Campo Grande e que levou à cidade a uma situação
vexatória para seus habitantes que trabalham e recolhem seus impostos, mesmo nos
momentos de dificuldades, garantindo o gordo salário dos seus representantes no
Legislativo, e problemas insolúveis, pelo menos a curo prazo, ao prefeito
eleito por expressiva maioria de votos no pleito de 2012, tem um indicativo
pouco otimista: está longe de ter um fim.
Decisão da
Justiça manteve no exercício dos cargos os vereadores envolvidos no esquema de
compra e venda de votos para cassar o prefeito Alcídes Bernal em março de 2014,
punindo apenas o empresário João Alberto amorim Amorim, dono da Proteco, o ex-prefeito Gilmar Olarte,
com pena de prisão temporária, pela prática de crime de corrupção ativa, e
suspendendo das funções do presidente da Câmara da capital, vereador Mário
Cesar, pelo mesmo motivo. Decisão da Justiça, mesmo as monocráticas, são para
ser cumpridas, mas podem sim, com argumentos sérios, serem contestadas.
Oras, se os
três citados na operação “Coffee Breack”, como braço da operação “Lama
Asfáltica”, são considerados réus em um processo que resultou na compra de
votos de mais de 20 vereadores, portanto aparecem como aqueles que praticaram
atos praticados como a prática de CORRUPÇÃO ATIVA, por terem COMPRADO votos de
vereadores para cassar o prefeito eleito. Se alguém comprou algo, mesmo que
seja um bem subjetivo, é porque encontrou alguém que se propôs a vender algo
que supostamente lhe pertencia, ou não existe em nossos códigos o crime de
CORRUPÇÃO PASSIVA?
Por outro
lado, só o fato do atual vice-presidente da Câmara, Flávio Cesar, também pego
em várias ligações suspeitas e acusado de fazer parte do grupo que levou
vantagem e por isto mesmo teria participado do esquema denunciado como golpe na
cassação do mandato do prefeito escolhido pelo povo, ter nomeado uma comissão
para investigar os suspeitos e integrada, em sua absoluta maioria pelos
próprios investigados, já é mais um motivo para acreditar que houve compra de
votos e se houve é obrigado a ter o comprador e o vendedor.
O que não em
tudo isto é a cidade continuar sendo prejudicada por um grupo de pessoas que,
se apresentando como representantes do povo, está levando a cidade para o fundo
do poço, atando as mãos da administração municipal, prejudicando uma capital,
cujos cidadão só fazem um pedido e querem ser ouvidas: CAMPO GRANDE QUER PAZ E
FIM DA CORRUPÇÃO.
Neste
momento, no qual pessoas que nem participaram do esquema que afastou o prefeito
Alcides Bernal do cargo para o qual foi eleito, foram citadas como se
partícipes do esquema golpista, é o caso do presidente do Tribunal de Contas,
conselheiro Waldyr Neves, dos empresários Luiz Eduardo Naegele e João Baird,
vereadores Francisco Sacy (PRTB) e Herculano Borges (SDD), bem como outras
pessoas que foram ouvidas como testemunhas e ficaram vulneráveis, sendo
obrigadas a desfazer boatos costumeiramente postados nas redes sociais. Os dois
vereadores representam casos distintos, mas nenhum ocupava mandato no
Legislativo. Francisco Sacy era suplente, estava desempregado e andava em uma
perna só na época da cassação e Herculano Borges, como evangélico, sob a
proteção de Deus, estava Secretário da Juventude do Governo de André Puccinelli.
Não tenho
procuração para defender nenhum dos citados nos inexplicáveis vazamentos das
investigações, dos quais sou amigo de alguns e de outros nem tanto, mas é
preciso que tenhamos juízo e façamos ações que impeçam que pessoas sem culpa
tenham seus nomes citados ao lado de traidores dos seus representados, no caso
os vereadores.
No caso do
conselheiro Waldyr Neves, ele teve seu nome envolvido porque apareceu em uma
gravação falando com o empresário João Alberto. O que impede um conselheiro do
TCE, presidente ou não, ter contato com um empresário até então considerado um
cidadão acima de qualquer suspeita? É o mesmo caso do meu amigo, o empresário
Naegele, que foi ouvido como testemunha, e foi citado como “mentor” do golpe.
Já o empresário João Baird foi “acusado” de ceder sua aeronave a um grupo de
pessoas. Oras o avião é dele e devidamente registrado nos órgãos oficiais, e
trata-se de um empresário que mantém uma empresa de grande porte desde 1995 em
Campo Grande, gerando emprego e pagando impostos. Foi acusado também de ter
feito “contribuição legal”, dentro das normas e registradas nas prestações de
contas de a partidos e candidatos. É a primeira vez que vejo alguém ser acusado
na Justiça pela prática de algo perfeitamente legal. O Mundo virou de cabeça
para baixo ou sou eu que estou deslocado?
Eu tenho um
amigo que tem um possante “pássaro de fogo”, como diria um parceiro indígena
que gosta de manter as tradições do seu povo, quando se refere a uma aeronave,
e se um dia eu precisar voar ele também vai recomendar: “Pague o combustível e
o piloto que está tudo bem. Pode pegar lá no Teruel”. E se esse meu amigo desde
1974, quando era recém chegado em Campo Grande e trabalhava na Rádio Educação
Rural e eu no DIÁRIO DA SERRA e fazíamos pesquisa eleitoral de forma artesanal,
usando um enorme gravador. Este amigo, dono do big avião é o jornalista
Benedito de Paula Filho. Já imaginaram
se eu peço o avião, o B me empresta e no dia seguinte, por ser acusado de
cometer um crime de imprensa ou outro qualquer, o B vai em cana e um desafeto
qualquer publica: “B de Paula, amigo do Valdir Cardoso está preso”. Minha irmã,
que mora no Santa Emília, bem velhinha, vai ligar para as outras duas
“meninas”, também filhas da dona Rosa, a que mora no Monte Castelo e a outra do
Caiçara para dizer: Acho que o maninho tá preso.
Depois que
sai a notícia, mal intencionada, fica difícil explicar. Deixando a brincadeira
de lado vou avisando: Desta vez, o B de Paula não cometeu nenhum crime de
imprensa: A Difusora está no ar e o jornal Boca do Povo, circulará normalmente
no domingo.
Voltando ao
que também interessa, é preciso o afastamento dos vereadores envolvidos no
processo anti-democrático, até para livrar a cada de alguns deles que podem não
ter nada a ver, ou então devolva suspendam a punição ao presidente Mário Cesar,
ou ele votou 23 vezes para cassar o prefeito Alcídes Bernal?
Diante de
tudo que está acontecendo, o mais correto seria o afastamento do vereadores e a
posse dos suplentes, pois estes que aí estão perderam a condição moral, ética e
psicológica de dialogar com o prefeito que está tentando consertar a anarquia
implantada pelo hoje presidiário Gilmar Olarte.
Ou a Justiça
é feita imediatamente ou será o caos.
Resta ainda
a possibilidade de uma ação popular na Justiça. Quem se habilita?
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