sexta-feira, 14 de outubro de 2016

NELSON TRAD, UMA HISTÓRIA QUE NÃO PODE SER DESRESPEITADA


 Valdir Cardoso(*)

Durante os longos anos em que esteve ausente da política por ter sido cassado pelo regime militar, o saudoso amigo Nelson Trad teve tempo suficiente para se dedicar a três objetivos que perseguiu com tenacidade: a formação de uma família próspera, unida e feliz ao lado da esposa Terezinha Mandetta Trad, ao mesmo tempo em que exercia com esmero a sua profissão de advogado criminalista no Fórum da então Capital Econômica de Mato Grosso e em cidades do interior do velho Estado e ainda atuando como professor titular do Curso de Direito da FUCMAT.

           Nos primeiros anos de formado a vida não era nada fácil, pois muitas vezes se deslocava para cidades do interiorzão, quase sempre em companhia dos seus contemporâneos Juvêncio Cesar da Fonseca e Amantino Soares Rocha, dividindo um mesmo veículo e as despesas de viagem. Sendo um petebista histórico, nascido em 30 de outubro de 1930 na cidade de Aquidauana, filho do comerciante libanês Assaf Trad e Margarida Maksoud Trad, já no seu tempo de jovem estudante pobre no Rio de Janeiro começou a se destacar no movimento estudantil chegando à Presidência da União Mato-grossense de Estudantes no Rio de Janeiro, entidade com grande força na UNE devido ao grande número de estudantes do velho estado que frequentavam os cursos superiores na Cidade Maravilhosa, ex-sede do Governo Central. 
           E foi no Rio de Janeiro que ele conviveu e liderou um grupo de jovens mato-grossenses, muitos dos quais divergiam politicamente, mas formavam uma comunidade unida no objetivo de adquirir conhecimentos em suas áreas de atuação para posteriormente retornarem à terra natal e tirá-la do atraso ao qual parecia estar condenada. Dentre os seus companheiros da época muitos se destacaram na magistratura, dentre eles o saudoso desembargador Nelson Fontoura, e na política partidária como o ex-deputado estadual, federal e senador da República e líder udenista Ruben Figueiró de Oliveira, hoje filiado ao PSDB, sendo inclusive o seu presidente de honra. A amizade entre os três foi tão forte que o então suplente de senador tucano escreveu no jornal Correio do Estado um artigo carregado de emoção e boas lembranças quando do falecimento do seu amigo Nelson Trad, sob o título de "ÉRAMOS TRÊS", se referindo a Fontoura, Trad e ele. Com certeza, Ruben Figueiró não comunga com as baixarias praticadas por marqueteiros oriundos das Alterosas,que não conhecem a nossa história e não respeitam as famílias que impulsionaram o desenvolvimento do nosso estado, mesmo fora da atividade política, e estes alienígenas são alimentado$ pelo governador Azambuja e seus colaboradores, dentre os quais um forasteiro chamado de Sérgio Di Paula.
          Acusar a família Trad de formar uma oligarquia é uma imbecilidade completa, até porque devem estar criando uma oligarquia através do voto, da eleição livre onde é manifestada a vontade da maioria da população. 
         
         Oligarquia se cria com a formação de grupo que tenta dominar todos os órgãos do poder público, adquirindo apoio dos adversários, oferecendo vagas no partido atualmente no governo para elementos com ficha prá lá de suja, como é o caso do prefeito eleito em Corumbá que abandonou o complicado PT e se agasalhou na agremiação tucana e fazer uma campanha milionária apoiada pela máquina do governo estadual,

          Os candidatos a coronéis não permitem que tenham oposição ao seu projeto megalomaníaco de poder e não medem esforços para atingir seus objetivos insanos. Fazem acusações contra o candidato Marquinhos Trad, que lidera as pesquisas na sucessão da Capital, sem nenhuma prova concreta e feitas por elemento sem nenhuma credibilidade, o ex comunista e ex-suplente de vereador Athayde Nery, que funcionou na campanha como uma muleta do projeto que visa manter o atual grupo no poder até o ano de 2034, possivelmente para manter as renúncias fiscais ao grupo JBS que investiu mais de R$ 10 milhões de Reais na campanha do governador Reinaldo Azambuja, que em menos de seis meses à frente do poder concedeu uma RENÚNCIA FISCAL ao JBS/FRIBOI  com a desculpa de que visava a criação de mais empregos. Pura mentira dos candidatos a ditadores: com a renúncia fiscal foram fechados vários frigoríficos menores que não agüentaram a concorrência com o poderoso grupo parceiro do governador e até hoje não foi criado nenhum novo emprego no setor.

         Falar que Campo Grande "não pode errar de novo" é fácil mas se houve erros o PSDB foi o principal artífice da eleição do atual prefeito e também o principal articulador da cassação de Alcides Bernal, que deixa a prefeitura sem ter conseguido administrar com tranqüilidade. 

        Esta é primeira participação efetiva da minha parte em relação a este segundo turno e minha opinião pode até ser considerada parcial dada a minha amizade com a família Trad, desde a época do cônsul Assaf Trad com todos os seus filhos Nelson, Marcelo, Norma e Ricardo. Além mais fui vice-líder do Dr. Nelson na Assembléia Legislativa e vereador ao lado de Ricardo por seis anos na Câmara da capital. Campo Grande não vai errar e eu não vou me omitir. 

(*) o autor é jornalista e foi vereador, presidente da Câmara Municipal, prefeito de Campo Grande e deputado estadual. 

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