ARTIGO/
Pedro Cardoso
Quem planta limão,
colhe...
Chegaram mais um
Natal e fim de ano. Nesse momento, externando ou não, todos nós fazemos uma
avaliação do que fizemos durante o ano que está se indo. Se fomos malcriados
com nossos pais, se agimos corretamente com nossos amigos, colegas de
trabalho...
E se fecha com
presentes. Uns merecidos; outros convencionais.
Do ponto de vista da
realização individual, a maioria pode e deve estar satisfeita consigo. A minha
preocupação vai além e sempre me questione se fiz algo para melhorar o meu
país. Quando eu colaboro para a melhoria do país, há uma grande possibilidade
de ter colaborado para a melhoria de entes mais próximos, como meu estado, meu
município, meu bairro.
Muita gente acha que
só pagando os impostos e cumprindo suas obrigações cotidianas já fez o suficiente.
Individualmente não resta dúvida. Mas para a melhoria da coletividade cada um
deve ir além e quem tiver forças muito mais além.
A sociedade
brasileira peca muito por isso. Criou-se um Estado que não oferece serviço
razoável nenhum, suga tudo o que pode de todos. Aquelas que não precisam
utilizar dos serviços miseráveis se omitem de tentar melhorar. E essas seriam
as pessoas teriam maior poder de influenciar.
Ninguém tem a
obrigação de fazer mais do pagar seus impostos, mas não pode querer mais do que
isso.
Para ter um país
melhor começa pela contribuição efetiva de todos; de todos aqueles que se
disponham a colocar a mão na massa. Só participação virtual não ajuda muito. Só
é melhor do que nada. Serve apenas para responsabilizar o “povo brasileiro”, como
se fosse um alienígena; fosse de outro planeta.
O que você poderia
fazer? É você quem tem essa resposta. Talvez pudesse ter plantado mais uma
árvore; ter doado um instrumento musical para uma escola; uma sociedade de
bairro; ter ido a reuniões do filho na escola – e participado dela – ter
retirado aquele saquinho plástico da frente da casa, aquela sujeirinha que veio
possivelmente do vizinho, que recebera de outro. Poderia ter ido comigo
recolher bituca de cigarro das ruas, como estou fazendo em São Paulo.
Quanto a instrumento
musical, tenho dúvida se existe algum piano – particular ou não - no município
de Nova Soure/BA, onde nasci.
Outra questão de
reflexão são as opções. Muitos pais ficam extremamente tristes e passam isso
para suas crianças porque não puderam dar um presente no Dia das Crianças e
agora no fim do ano. Entretanto nem se deram e se dão conta de que não passou o
ano inteiro e nem levaram ao dentista. Também não causa preocupação a cárie no
dente da criança quando abre aquele sorriso ao receber o presente. Dente sadio
é secundário; importante mesmo é o presente.
Cada um tem todo o
direito às suas escolhas. Mas não tem o direito de querer que eu concorde com
elas. Tenho que respeitá-las; concordar, jamais.
O problema em culpar
o povo brasileiro não vem da sua opinião individual; é que esse pensamento se
expande e se torna coletivo. Uma nação inteira parada, cada um culpando os
demais.
Agora, um país só vai
adiante com um povo proativo. O resultado vem do que fazemos. Não é minimamente
coerente querer colher uva quando se planta limão.
Mãos à massa,
brasileiros!
Pedro Cardoso da
Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
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Interessante artigo do bacharel Pedro Cardoso que publico hoje em meu Blog.
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