Traído por Azambuja e sem visão do
clamor das ruas,
“Senador de Todos” perdeu uma eleição ganha.
(*)
VALDIR CARDOSO
Há mais de
dois anos, exatamente na noite de 18 de junho de 2013 começava a derrocada da
campanha que visava a volta do PT ao governo de Mato Grosso do Sul, através da
candidatura do senador Delcídio Amaral, que desenvolvia nos bastidores da
política e da administração do governo Federal, através da liberação de
recursos para Prefeituras de todos os Partidos, visando cooptar adversários
para a caminhada que se revelou inglória, mas tinha no início a participação
ativa do então deputado federal Reinaldo Azambuja da Silva(PSDB) que
justificava aos seus correligionários que estava “apenas usando a força do
petista para liberar verbas federais para municípios administrados das por
Tucanos”.
O quase
esperto senador fingia estar acreditando na “sinceridade tucana”, pois sabia
que mesmo se fosse traído poderia tirar algum proveito da parceria promíscua
com o maior adversário que era o PSDB.
Isto
ocorreria com a vinda prefeitos dissidentes para sua campanha, caso o projeto
da Chapa Delcídio governador e Reinaldo Azambuja da Silva para o Senado não
prosperasse, diante de um previsível veto por parte da executiva nacional de um
dos partidos – PT e PSDB –. Como se sabe, por determinação da presidente Dilma
ao seu partido, foram proibidas as coligações com Partido do seu adversário
Aécio Neves e só depois da proibição foi que o PSDB se manifestou também contra
o acordo espúrio, e isto jogou por terra o sonho de Reinaldo de ser o senador
na chapa de Delcídio, com quem já percorria o Estado participando do Projeto “
Pensado MS”, também conhecido como “Enganando MS”, que foi a base para a
elaboração de um projeto de governo que priorizava a Saúde, a Educação e a
Segurança Pública (como se isto não
fosse, pelo menos em tese, o conteúdo básico de candidatos em todos os níveis).
Sem outro
caminho, Reinaldo Azambuja da Silva, ex-prefeito por dois mandatos em Maracaju,
deputado estadual e federal, portanto com 16 anos de atividade política, se
apresentava como o candidato da “Renovação e da Mudança”, mesmo tendo apoiado
sempre as administrações do PMDB, comandado pelo governador André Puccinelli,
tanto na prefeitura de Campo Grande como no Governo do Estado, foi obrigado a
disputar a eleição contra Nelsinho Trad, Delcídio Amaral. Acabou indo para o
segundo turno, mesmo tendo muito temor de tocar no “assunto Petrobras”, sempre
colocando um candidato da proporcional para sentar “o cacete” no adversário
petista, seu ex companheiro de caminhada, ganhando com o apoio de todo o grupo
de Nelsinho Trad, que foi o candidato do PMDB.
SENADOR DE
TODOS PERDEU PARA ELE MESMO!
Voltando ao
marcante 18 de julho de 2013, quando o senador Delcídio se manifestou, através
de sua página no Facebook, sua opinião sobre as manifestações que eclodiram em
todo o País, afirmando não ter “entendido o motivo das manifestações de rua”.
Tentou apagar o fogo nos dias seguintes mas aí já era tarde, pois havia sido
execrado com certa ira por pessoas que diziam que até tinham votado nele mas
estavam decepcionada e alusões aos atos de corrupção praticados pelos governos
petistas.
Revendo
meus textos, artigos e comentários, lembrei de uma coluninha que publiquei
naquele marcante 18 de junho, sob o título de ENQUANTO ISSO NO FACE“, no qual
transcrevi o comentário do senador e a reação de milhares de pessoas que
comentaram e se decepcionaram com o candidato petista, que até então aparecia
com mais de 68% das intenções de votos, passando, a partir daí, a cair
vertiginosamente nas pesquisas eleitorais.
Antes desta
queda, conversando com o experiente Ramão Ney Magalhães, um dos fundadores da
FAMASUL ao lado do saudoso Sylvio Mendes Amado, ouvi algo que me fez acreditar
que a eleição seria diferente e nada tinha a ver com o que a mídia vinha
divulgando. “Esse Delcídio não vai para lugar nenhum. Ele tem só 68% de intenção
de votos... Então ele, que está sozinho no páreo – Reinaldo ainda não havia se
decidido pela candidatura ao governo e Nelsinho ainda permanecia em Campo
Grande, cuidando da nova família- tem uma rejeição de 32%. Não ganha a eleição
e para que isso acontecer ele precisaria ter hoje 80%, pois está candidato e em
campanha há mais de 8 anos, completou o produtor rural, que era um dos maiores
críticos da aproximação com o PT, que ele chamava de “nossos adversários”.
Previsão mais do que acertada.
(*) o autor
é jornalista e editor do site www.ojornalms, foi vereador por dois mandatos consecutivos, prefeito interino de Campo
Grande, deputado estadual, chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Saúde,
Subchefe da Casa Civil e assessor especial do governo do engenheiro Pedro
Pedrossian.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
COMO FOI A REAÇÃO NAS REDES SOCIAIS
Enquanto isso no Face: Delcidio não
entende protesto e leva "ralo"
Os movimentos de protesto que pipocam no Brasil têm
em comum com os dos outros países a ausência de lideranças. Eles possuem
identidade no mérito mas não se enquadram aos modelos vigentes. Daí a
dificuldade em entendê-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário