Confirmando a tese do ministro Teori Zavascki, do STF,
usando uma metáfora para definir a abrangência da operação LAVA JATO, apontou que, quando se examina o trabalho da Polícia
Federal e do Ministério Público Federal –MPF- e puxa uma “pena sai uma galinha
inteira”, da mesma forma aqui no Mato
Grosso do Sul o trabalho dos órgãos
federais vem atingindo com muita força, indistintamente, todos os partidos e
lideranças políticas, remetendo até às investigações que visavam confirmar
indícios da compra de votos de vereadores campo-grandenses para cassar o
mandato do prefeito eleito e empossado no cargo de chefe do Executivo
Municipal, Allcides Bernal.
“GARÇA PRETA”
A operação “LAMA ASFÁLTICA”, já comparada àquela
que desvenda a robalheira na Petrobras, que inicialmente estaria restrita à
apuração de irregularidades em licitações de obras públicas no Estado e na
prefeitura da Capital e em administrações anteriores e na atual, já passou a ser
chamada de “Operação Garça Preta”,
igual à teoria do ministro, pois ao “puxar uma pena de garça, sai uma ave
preta, toda enlameada de óleo e betume, que bem examinada chega-se à conclusão
de se tratar de um imenso urubu”.
Tanto é verdade esta premissa
que as apurações foram chegar lá atrás em um episódio misterioso, já quase
esquecido pela Justiça e até pela população,
que levou os vereadores a criar a tal da CPI da Inadimplência, requerida
pelo vereador Paulo Siufi, que tinha por objetivo principal o pagamento da importância
de R$ 4.000.000,00 (Quatro Milhões de Reais) às empresas de João Alberto
Amorim, que alguns integrantes do Legislativo pressionavam o então prefeito
Alcides Bernal que segurava a quitação
do débito em virtude de ação que corria na Justiça pedindo o cancelamento da
licitação, que teria sido fraudada para beneficiar o empreiteiro hoje acusado
de irregularidade.
A abrangência das
investigações foi tamanha que documentos e gravações foram fragladas pelo
Ministério Público e pela Polícia Federal e conversas entre vereadores e o
atual prefeito Gilmar Olarte, em poder do GAECO, na época articulando com dois
lobistas que acabaram assinando o pedido de cassação do titular Alcides Bernal
e com vários vereadores aos quais o vice prefeito garantia vantagens assim que assumisse o cargo.
A repercussão desses fatos,
que já era do conhecimento de muitos, apesar do processo todo estar em
“segredo de Justiça” e "dormindo" em alguma gaveta, levantou a lebre" e o
promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha, do Ministério Público Estadual,
já reabriu o inquérito para investigar a veracidade da denúncia que apontava a
compra de votos.
Ao lado dessa providência do
MPE está marcado para o dia 12 de agosto próximo o julgamento da Ação na qual o
prefeito eleito Alcides Bernal pede a anulação da decisão tomada pela Comissão
Processante, presidida pelo vereador Flávio Cesar (PTdoB), criada com base no
relatório da CPI da Inadimplência, que serviu de base para o pedido de
cassação formalizado pelos parceiros de Gilmar Olarte, Raimundo Nonato de
Carvalho e Luiz Pedro Guimarães, conhecidos e já acusados de serem lobistas.
Ambos foram recompensados da administração do vice prefeito que assumiu o cargo
de Bernal. O filho de Nonato foi guindado à presidência da EMHA, empresa
Municipal de Habitação, e Luiz Pedro, mesmo sem ser nomeado, “operava” em uma sala, com direito a secretária, cafezinho e telefone, ao lado Gabinete do prefeito. Mandava, segundo ficou comprovado,
mais do que o comandante do golpe para assumir o cargo máximo do Executivo.
FINANCIADOR
Durante as investigações, as
autoridades interceptaram gravações de conversas entre o ex-prefeito Nelsinho
Trad e Raimundo Nonato de Carvalho, bem como do empresário João Amorim com o
presidente do Legislativo, quando tratavam da viabilização do projeto para
cassar o mandato do eleito para que o seu vice assumisse a Prefeitura .
Neste episódio fica
constatado que o verdadeiro comandante do golpe foi o beneficiado pela
cassação, sr. Gilmar Olarte, com apoio financeiro oriundo das empresas de João
amorim, que agiu desta forma porque se
sentia prejudicado durante a administração de Alcides Bernal e não foi
movido por nenhum tipo de interesse político.
BENEFICIADOS
Na verdade, isto confirma
também que o ex-governador André Puccinelli não chegou a ter participação no
esquema da cassação de Bernal, uma vez que foi uma iniciativa do empreiteiro e
dos vereadores que se não levaram vantagens financeiras, pelo menos tiveram
vantagens pessoais, fato comprovado com a entrega das mais importantes
secretarias aos vereadores Mário Cesar (Receita) , Paulo Siufi (PMDB) Edyl Albuquerque (PMDB) e Rose Modesto:
SAUDE, com vereador Jamal Selem; Planejamento, SEDESC; e Educação (PSDB)
entregue à então vereadora Rose Modesto, atual vice-governadora. Isto sem
contar com o grande número de nomeações de apaniguados dos vereadores. Até o ex vereador Alceu Bueno ( ex-PSL), que vinha sendo intimado a desocupar uma área pública onde mantém um depósito de material de Construção e não é incomodado pela atual administração, mesmo depois de ter perdido o mandato ao ser acusado, supostamente, da prática de pedofilia.
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