*Valdir Cardoso
Generalizar tem sido um dos mais graves defeitos dos nossos
meios de comunicação social ao longo dos tempos, principalmente quando se aventuram
na análise do comportamento de membros de determinadas profissões liberais ou
enquadrar nossos representantes, eleitos pelo nosso voto, que são os políticos,
colocando todos – gatos e ratos – em um mesmo saco fétido, podre e nojento.
Eduardo Contar Filho (Foto: Arquivo Pessoal)
Muitas vezes surgem grupos na imprensa que usam os meios de
comunicação, que deveriam servir para defender as boas causas, mas que se
aproveitam para abrir as portas dos Governos corruptos (não se esqueçam,
eleitos por nós) e praticar as maiores falcatruas, usando a força de seus
veículos para chantagear e até enlamear aqueles que não cedem, não compram
espaços na imprensa mais do que marrom. São, na verdade, de um matiz mais
escuro, da cor do fundo do poço dos infernos. Como não devemos generalizar,
entendam que nem todos os grupos que comandam a mídia agem desta forma. Há, com
certeza, uma minoria que prima pela ética e pela defesa do bem estar coletivo,
da valorização do ser humano e da cultura nacional.
Dito isto de uma forma pouco acadêmica pode parecer que esteja
tentando defender político ladrão e corrupto, médico que trai o juramento de
Hipócrates, advogado chicaneiro ou jornalista mordedor. O que existe, e por
isso não podemos julgar sem conhecer muito de perto o comportamento de cada um
é uma maioria que denigre a imagem de instituições sérias, seculares, mas
também é verdade, repito, há uma minoria que deixa de lado o espírito
corporativista e se filia, sem convite, ao grupo que coloca o bem de todos
acima dos interesses pessoais.
Feito este preâmbulo devo me reportar que em todos os
setores ainda existem pessoas honestas participando profissional ou
politicamente de atividades que dignificam a raça humana.
Como já percorri uma boa parte da caminhada que a mim foi
destinada nesta minha passagem pelo mundo terreno, me permito, mesmo sabendo
que não vou agradar a todos, dizer que no meio político tive o privilégio de
conviver com personalidades que classifico como exemplos a serem seguidos, pois
dignificaram as instituições às quais serviram ou representaram, pelo
comportamento ético e elevado grau de honestidade que demonstram em todos os
momentos.
Wilson Fadul (Foto: Reprodução)
Tenho a petulância de citar apenas alguns que podem
representar a galera do bem que por aqui exerceram ou ainda exercem suas
atividades e deixaram suas marcas através de atitudes corretas. Sem ordem
alfabética ou de preferência pessoal estes são os meus ídolos que não permitem
a generalização desenfreada:
PLÍNIO BARBOSA MARTINS, advogado, auditor da 9ª Região
Militar, vereador, prefeito de Campo Grande e Deputado Federal; EDUARDO CONTAR
FILHO, advogado, presidente do BEMAT (Banco do Estado de Mato Grosso),
vereador, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande e deputado Estadual;
WALTER DE CASTRO, médico, deputado estadual, deputado federal e presidente da
Comissão de Saúde da Câmara Federal; NELSON TRAD, advogado criminalista,
vice-prefeito de Campo Grande (cassado pela Ditadura), procurador de Justiça,
Secretário de Justiça, deputado estadual, deputado Federal por cinco mandatos
consecutivos, líder do PTB na Câmara Federal, 2º secretário da Mesa Diretora da
Câmara dos Deputados; ZENOBIO NEVES DOS SANTOS, natural de Amambai, vereador, deputado estadual de MS por três mandatos, 1º secretário da Mesa Diretora; HERÁCLITO JOSÉ DINIZ DE FIGUEIREDO, engenheiro civil, secretário de Obras de MS, prefeito de Campo Grande; ROBERTO MOACAR ORRO, deputado Estadual, fundador do MDB
(Favor não confundir com o atual PMDB), presidente da Assembleia Legislativa de
MS, secretário de Justiça de MS e governador interino de MS; NELSON ASSEF
BUAINAIN, médico, dirigente de entidade filantrópica, diretor do PREVISUL e
deputado estadual; DOLOR FERREIRA DE ANDRADE, pecuarista, advogado, deputado
federal da UDN; WILSON FADUL, Major médico da Força Aérea Brasileira, prefeito
de Campo Grande, deputado Federal, ministro da Saúde no governo de João
Goulart, presidente do BANERJ (Banco do Estado do Rio de Janeiro no governo de
Leonel Brizola), LUDIO MARTINS COELHO, Banqueiro, dirigente da ACRISUL,
prefeito de Campo Grande, Senador da República; VICENTE BEZERRA NETO, advogado
especialista em assuntos fundiários, sendo um dos autores do Estatuto da Terra,
um dos documentos mais importantes e utilizados para a implantação da Reforma
Agrária, deputado eleito pelo Partido Comunista em 1945 e cassado logo em
seguida, senador da República pelo MDB; ANTONIO MENDES CANALE , deputado
estadual, federal, prefeito de Campo Grande e senador da República, 1º
secretário do Senado; ANTONIO LOPES
LINS, Nordestino, bancário, superintendente do Banco do Brasil, Deputado
Estadual, professor e escritor; LUIZ ALEXANDRE DE OLIVEIRA, advogado, Professor,
benemérito da Colônia Japonesa, vice-prefeito de Campo Grande.
A maioria dos citados se conquistou fortuna não foi através
das posições que ocuparam na vida pública, mas através do trabalho ou herança
de família. A maioria não chegou a ser considerado “rico” e aqueles que saíram
“pobres” são chamados pelo próprio povo de “trouxa” porque não se locupletaram
do poder.
Mesmo não tendo ocupado cargos eletivos, mas tiveram poder e
exerceram influencia (a boa influencia) em entidades de classe e no serviço
público não poderia deixar de citar três pessoas que posso apontar como exemplo
de lealdade, honestidade e elevado espírito de solidariedade. Pelo menos um
deles ficará surpresa com esta declaração de admiração e respeito da minha
parte pelo fato do pouco contato que mantivemos.
São eles: NEY RAMÃO MAGALHÃES,
SÍLVIO MENDES AMADO E ABÍLIO LEITE DE BARROS.
NEY MAGALHÃES foi presidente do Sindicato Rural de Ponta
Porã, subchefe da Casa Civil no Governo Pedro Pedrossian, Delegado Regional do
Ministério da Agricultura em Mato Grosso do Sul. É PRODUTOR RURAL EM Amambai/MS.
Ney Magalhães (Foto: Arquivo Pessoal)
SILVIO MENDES AMADO , foi um dos primeiros dirigentes da
FAMASUL, produtor rural e defensor da classe trabalhadora.
Silvio Mendes Amado (Foto: Reprodução)
ABILIO LEITE DE BARROS, pantaneiro, advogado formado no Rio
de Janeiro, professor, produtor rural, secretário de Educação durante a
administração de Plínio Barbosa Martins.
Assumo o compromisso de realizar um apanhado sobre a vida de
cada uma destas personalidades que sempre pautaram pela defesa das boas causas,
pela conduta correta na administração dos bens públicos. Vou pesquisar sobre as
atividades de cada um para que fique registrado que eles não estiveram aqui por
acaso, mas sim para servir de exemplo a um povo que já não tem semelhante como
ponto de referência e que é levado a acreditar que todos são “farinha do mesmo
saco”.
Em tempo: Se você é meu amigo e eu te conheço e não citei o
seu nome aqui foi por mero esquecimento, o que é natural para alguém que passou
dos 60 aninhos. Diplomacia é isso.
(*) O autor é jornalista e foi vereador, presidente da
Câmara da Capital, sub-chefe da Casa Civil do Governo de MS, chefe de Gabinete
da Secretaria de Saúde Estadual, deputado estadual e prefeito de Campo Grande.
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