Valdir Cardoso (*)Não
nos é permitido aceitar como legítimas as alegações de que as denúncias
sobre escabrosas ações que teriam sido praticadas pelo postulante à
sucessão do prefeito Nelsinho Trad (PMDB) no comando da Prefeitura de
Campo Grande, deputado Alcides Bernal, acusado de estelionato, lavagem
de dinheiro, agiotagem e sonegação fiscal, sejam debitadas como parte de
uma campanha que visa atingir a honra do candidato do PP.
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Creio firmemente que o campo-grandense escolherá aquele que apresenta as
melhores condições de governar a cidade, |
Muito
pelo contrário, porque as denúncias apresentadas pelo professor Sidney
Mello (PP), também candidato a prefeito da capital sul-mato-grossense,
vem respaldas por documentos comprobatórios e corroboradas pela incisiva
acusação do presidente da Cooperativa dos Condutores de Veículos
Rodoviários e Táxis, Flávio Panissa, que afirma categoricamente que uma
das assinaturas no cheque de R$ 106, 300,00 (Cento e seis mil e
trezentos reais), que Bernal tenta receber na Justiça foi falsificada e
que a dívida é inexistente e seria uma tentativa do ex-presidente da
Cooperativa, Waltrudes Pereira Lopes e do deputado Alcides Bernal de se
apropriarem de recursos da entidade.
Neste momento em que o STF
vem condenando os quadrilheiros envolvidos no vergonhoso episódio do
“Mensalão”, quando o governo do presidente Lula comprava apoio
parlamentar, alimentando integrantes da base aliada com elevadas somas
desviadas dos cofres públicos, é necessário que o eleitor
campo-grandense analise com atenção estas denúncias, pois será escolhido
aquele que vai administrar um orçamento superior a R$ 2.000.000.000,00
(Dois bilhões de reais) e que é envolvido em uma tentativa de se
apropriar de pouco mais de 100 mil reais poderá fazer um estrago muito
grande ao ser galgado à condição de gestor de uma soma tão grande quanto
à do orçamento da nossa cidade.
Isto é muito preocupante, porém
creio firmemente que o campo-grandense escolherá aquele que apresenta as
melhores condições de governar a cidade, como sempre fez, elegendo
prefeitos do porte de um Plínio Barbosa Martins, Ludio Coelho, Wilson
Fadul, Antonio Mendes Canale, Levy Dias, André Puccinelli, Nelsinho Trad
e tantos outros, não irá agora “negar fogo”, permitindo que um
populista transvestido de “defensor do povo” assuma o cargo máximo da
administração municipal.
Dizer que este assunto só agora veio à
tona ocorreu porque o senhor Alcides Bernal é candidato a prefeito pode
até ser parte de uma verdade, pois a partir do momento em que o cidadão
se dispõe a administrar uma cidade com quase um milhão de habitantes e
um gordo orçamento, ele passa a ser observado, passa a ser, de fato, uma
figura pública e seus passos, principalmente os em falso, são
acompanhados por todos. Um exemplo: se o cidadão Alcides Jesus Peralta
Bernal tentasse se apropriar de R$ 100 mil de uma cooperativa de
trabalhadores e não ele candidato a prefeito de Campo Grande, o máximo
que sairia na imprensa seria uma “materinha” no rodapé da página
policial com o seguinte texto: O advogado AJPB teria tentado se
apropriar de dinheiro de uma Cooperativa. “O caso está sendo
investigado”. E só,mas como ele é postulante ao cargo de prefeito de
Campo Grande o assunto ganha uma repercussão maior.
O ALERTA DE UM HOMEM DE BEM: ABILIO LEITE DE BARROS
Depois
de deixar a sua Corumbá, membro de tradicional família pantaneira, o
advogado, escritor e produtor rural ABILIO LEITE DE BARROS (este nome
tem que ser grafado com letras maiúsculas mesmo), fixou residência em
Campo Grande no final dos anos 50, onde foi secretário de Educação da
administração Plínio Barbosa Martins (1966/1970), publica nesta data um
vigoroso artigo no jornal CORREIO DO ESTADO, escrito antes da divulgação
das denúncias contra Alcides Peralta Bernal, fazendo um duro alerta aos
eleitores da cidade que ele escolheu para residir em companhia da
esposa professora Carolina Leite de Barros. Ele, grande escritor que é,
deve ter sido inspirado por uma força divina para colocar tão claramente
sua opinião já revelada em outros escritos.
Dr. Abílio Leite de
Barros inicia o seu artigo, sob o título “O VOTO PUNITIVO”, com a
seguinte frase: “Não vote em ladrão! Corrupção é roubo e o ladrão
precisa ser punido”, afirmando mais à frente que não é possível esperar o
julgamento final de uma investigação através da justiça, ele faz uma
proposta: “Proponho aos companheiros, nesta campanha punitiva, que nos
guiemos por indícios ou simples suspeitas”.
Como seria bom que
todos os eleitores de Campo Grande tivessem acesso ao texto primoroso do
Dr. Abílio Leite de Barros. Seja um privilegiado e abra o Correio e
veja o artigo.
(*)
O autor é jornalista e foi presidente da Câmara de Vereadores de Campo
Grande, prefeito da Capital e deputado estadual. É diretor do site