As denúncias
contra os deputados Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB) teria como motivação
e pano de fundo a eleição que apontará a nova direção da Assembleia
Legislativa, em substituição a atual que é presidida pelo “peemedebista” Junior
Mocchi, isto porque tanto o republicano como o néo-tucano, eram vistos como
opções mais confiáveis para o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) uma vez que
não entregaria o cargo máximo nas mãos de um suposto aliado do ex-governador
André Puccinelli.
Deputado Felipe Orro |
Neste jogo sujo da política regional, depois de adquirir
deputados de vários partidos, inclusive de alguns eleitos pela oposição, o
governador preparou o bote para eleger o sucessor de Mocchi, que inocentemente
acreditou que teria o reconhecimento do governador par continuar no cargo
diante da sua parceria e submissão aos desejos do poder executivo, conduzindo,
ao lado de Eduardo Rocha, também “peemedebista”, a aprovação de verdadeiros absurdos
encaminhados à Assembleia Legislativa pelo governador Azambuja, como foi o caso
da aprovação da LC 201 que desvirtuou o conteúdo da LC 151/2016, que permitiu
aos governos e prefeituras avançarem sobre o total dos depósitos judiciais até
o limite de 70% dos vultuosos valores que eram geridos pelo Poder Judiciário,
sendo que a Legislação Federal, de autoria da ex-presidente Dilma, permitia que
os entes federativos “confiscassem” 70% dos valores referentes às ações nas
quais eram parte e não na totalidade dos recurso. Com isto o governo Azambuja
conseguiu abocanhar a importância de 1,4 bi para os cofres do tesouro. Diante
da reação de alguns desembargadores que viram uma tremenda ilegalidade, o
governador resolveu o problema aumentou em R$ 3.000.000,00 no repasse do
duodécimo do Tribunal de Justiça, pois o TJ utilizava os juros dos recursos
depositados em bancos oficiais para cobrir pequenas despesas dos serviços
judiciais. No mês agosto de 2015 o duodécimo do Tribunal de Justiça foi de R$
45.000.000,00, porém no mês seguinte os valores passaram para R$ 48.000.000,000
sem que os demais poderes –Assembleia Legislativa e órgão auxiliar – Tribunal de
Contas –TCE tivesse qualquer tipo de aumento. Na verdade, o que ocorreu aqui no
Mato Grosso do Sul foi um autêntico “empréstimo compulsório”, o que só é
permitido ao Governo Federal, que seria quase como uma confecção de dinheiro
para colocar em circulação.
PESCOÇO NA FORCA
Ao decidirem fazer parte da “base aliada” do governo tucano,
os parlamentares do PMDB comandados por Junior Mocchi e Eduardo Rocha, que
atuam como líderes governistas, permitiram que o governo aprovasse matérias
prejudiciais à população, como constantes aumentos impostos e taxas, quase
sempre por unanimidade, e ao mesmo tempo até incentivaram a ida de
parlamentares para o ninho tucano, onde os novos adesistas estão sendo tratados
a pão e água. A primeira vítima da mudança foi o ex-prefeito de Terenos Beto
Pereira, que deixou o PDT para seguir o partido governista, pois viu seu
candidato ser surpreendentemente derrotado na sua cidade, que é sua principal
base eleitoral.
Ao se se decidir por apoiar o governo de Azambuja, Junior Mocchi
colocou a própria cabeça na guilhotina, pois agora com maioria na Casa,
dificilmente o PSDB permitirá a reeleição do “coxinense”, que não conseguiu
lançar candidatura própria na sua cidade, bem como Rocha que decidiu apoiar por
baixo dos panos o folclórico Guerreiro para a prefeitura de Três Lagoas, esperando,
obviamente, o apoio para a reeleição em 2018. Ambos correm risco.
No PSDB o nome que surgiu até agora para disputar o cargo de
Mocchi, foi o velho deputado Onevan de Matos que em nenhuma legislatura
conseguiu cargo importante na Mesa por falta de um só atributo: credibilidade.
E não será desta vez, pois até o governador tentou se livrar da “mala”,
tentando força-lo a disputar a prefeitura de Naviraí, mas sabendo desgaste ~ele
não topou...
É aguardar para ver, até porque a divulgação do áudio gravado
clandestinamente, portanto sem valor jurídico, entre os dois parlamentares vem
sendo feito com tanta veemência que dá a impressão de que se trata de uma forma
para afastar dois prováveis concorrentes para a disputa da Mesa Diretora, pois
se trata de parlamentares experientes e preparados. A “jogada”, se é que existe
não beneficiará em nada na tentativa de Mocchi tentar continuar na presidência,
até porque entre os funcionários da Casa já vem sendo visto como presidente em
fim de mandato. É só aguardar “quando janeiro chegar”.
(*) O autor é jornalista, foi deputado estadual, vereador e prefeito de
Campo Grande.
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