(*) Valdir Cardoso
O prefeito
Alcides Peralta Bernal (PP), mesmo alertado que a “capivara” do ex auditor
fiscal da Receita Federal, Gustavo Freire, era muito “cabulosa” com processos
em andamento por ter supostamente recebido propina para facilitar a ação de
sonegadores, com graves prejuízos aos cofres públicos, desafiou os denunciantes
nomeando o acusado para comandar a Secretaria da Receita e, para completar,
colocou-o para acumular o cargo de Secretário de Governo, com a promessa de que
se as acusações fossem comprovadas ele demitiria o secretário suspeito.
Dez meses
após a posse, Gustavo Freire é demitido pelo Ministro Guido Mantega do cargo de
auditor Fiscal sendo acusado da prática de corrupção passiva e improbidade
administrativa e o prefeito aguentou calado, sem tomar uma atitude para
encerrar o assunto com a natural demissão do secretário supostamente corrupto.
Supersecretário Gustavo Freire (Foto: Arquivo/Vanderlei Aparecido)
CABRITO
ZELANDO PELA HORTA
Além de
titular da Secretaria da Receita, Gustavo Freire, respondia pela Secretaria de
Governo, cargo que lhe dá condições de influir em TODAS as outras unidades
administrativas do Governo Municipal, sendo, portanto um secretário com super
poderes e em condições de “bater o escanteio e correr para a área para
cabecear”, isto é: como gestor da Secretaria que tem por objetivo ARRECADAR e
acumulando a secretaria de Governo poderia influir nos PAGAMENTOS dos
compromissos da Prefeitura assunto que fica a cargo da Secretaria de
Planejamento, órgão que sabidamente se submete às ordens provenientes da
Secretaria de Governo. O prefeito, na verdade, passou a ser uma espécie da
Rainha da Inglaterra (Reina, mas não Governa), pois o poderoso da administração
Peralta Bernal é um cidadão envolvido em processos por corrupção e o prefeito
não tem coragem para exonera-lo ou tem o “rabo preso” com aquele que deveria
ser seu subalterno?
EMPORCALHOU
UMA SECRETARIA SÉRIA
Quando
assumi a Prefeitura de Campo em seis de abril de 1982 encontramos uma estrutura
leve, montada pelos ex-prefeitos Marcelo Miranda Soares e Levy Dias, mas havia
um problema de acúmulo de funções, pois os setores de arrecadação e
planejamento funcionavam sob as ordens do titular da Secretaria de PLANEJAMENTO
E FINANÇAS e por sugestões dos secretários JURIVALDO CARNEIRO, Administração,
(técnico do Tribunal de Contas de MS) e EDNO MORAES, titular do Planejamento e
Finanças teve início o processo para desvincular as duas áreas, que foi concluído
na administração do meu sucessor Dr. HERÁCLITO JOSÉ DINIZ DE FIGUEIREDO, que
manteve Edno Moraes nas Finanças (Receita), tendo como chefe de gabinete o
economista FLORIANO MEDEIROS SARAT, e nomeou o engenheiro RAMIRO SARAIVA para o
PLANEJAMENTO, nomeando o também engenheiro JOSÉ NINA para o cargo de secretário
de Serviços Públicos, substituindo Saraiva.
Isto tudo
aconteceu para dar transparência à administração. Pensem, isto lá nos idos de
1982.
E agora31
anos depois o senhor PERALTA BERNAL aplica um golpe baixo contra a
administração da Capital, juntando tudo para dar a chave do cofre nas mãos de
um suspeito de praticar o crime de corrupção passiva, que é o senhor Gustavo
Freire.
Por outro
lado é bom lembrar que desde a criação do Estado as Secretarias de Planejamento
e Receita sempre foram geridas por homens sérios e técnicos competentes, dentre
os quais Osvaldo de Oliveira Fortes, um cuiabano competentíssimo, Jorge de
Oliveira Martins, um servidor público com larga folha de serviços prestados a
Campo Grande e ao Estado, Doracy Cunha Ramos, contabilista e servidora pública
acima de qualquer suspeita, Edno Moraes, que foi chefe de Gabinete da Doracy e
se destacou como emérito servidor público e sem máculas, Deocleciano
Mascarenhas, economista e servidor público dos mais sérios e competentes,
Maurício de Menezes Wanderley, corumbaense, professor universitário, técnico e
homem acima de qualquer suspeita, como também passou por lá na administração do
prefeito Ludio Martins Coelho o competente, estudioso e trabalhador Lourival
Fagundes. Deixei, intencionalmente, para o final citar os dois últimos
ocupantes dos cargos de Secretário de Planejamento e da Receita na
administração do antecessor do tresloucado Peralta Bernal: No Planejamento: PAULO
NAHAS, engenheiro, campo-grandense, competente, rígido e membro de tradicional
família local e o corumbaense JOSÉ CESAR DE OLIVEIRA ESTODUTO, fiscal de
carreira da Prefeitura, e indicado pelos colegas para ocupar o cargo que honrou
com lealdade e muito trabalho, aumentando a arrecadação que permitiu a
realização de importantes obras na administração de Nelson Trad Filho. Antes de
Estoduto, o secretário da Receita, na administração de André Puccinelli, MARIO SÉRGIO LORENZETO, fez um trabalho intenso, perfeito que acabou sendo nomeado
secretário de Fazenda do Governo Estadual.
Agora um “pau
rodado” qualquer é nomeado para o cargo, mesmo sendo portador de uma ficha
repleta de atos desabonadores, por um prefeito que até agora não disse a que
veio a não ser atravancar o crescimento de Campo Grande.
Manter este
traste no cargo é uma afronta à inteligência dos campo-grandenses e uma
agressão á história da nossa Campo Grande. É o fim da picada.
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