Valdir Cardoso (*)
Com apenas duas mulheres entre os integrantes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a presença feminina poderá, no mínimo, dobrar na próxima legislatura, uma vez que o número de pré-candidatas com forte potencial eleitoral é significativo, com os partidos se preocupando em lançar nomes de peso para preencher as vagas destinadas, por Lei, à representantes do sexo feminino.
Tereza Name a Antonieta Amorim |
Todas as coligações fizeram questão de garantir a participação de grande número de mulheres em suas chapas para a disputa das 24 vagas na Assembleia Legislativa e 8 na Câmara Federal, porém os nomes têm sido mantidos em sigilo e só serão conhecidos quando da realização das convenções partidárias que serão até o dia 30 do mês em curso.
AS CHANCES DE CADA UMA
Mara Caseiro (PTdoB)
Vou começar por aquelas que têm mandato: Em primeiro lugar Mara Caseiro, profissional da área de saúde, ex-prefeita de Eldorado, fez um ótimo trabalho, não ficando naquele “nhem nhem nhem” de votos de pesar e homenagens desregradas, preferindo se posicionar, alertando os governos sobre os descuidos, descasos e problemas de corrupção que provocaram rombos nos cofres públicos com os desvios de recursos que, se não fossem roubados, seriam aplicados na Saúde Pública, na Educação e na Segurança. Pule de 10.
Hashioka, Dione (PSDB)
Em segundo lugar a situação da deputada Dione Hashioka é um pouco mais complicada, pois envolve um sério problema de identidade ideológica e fidelidade política. Seu marido Roberto Hashioka, cria política do ex-deputado Getulio Gideão Bauermeister, está filiado ao PMDB, partido pelo qual foi candidato a deputado federal, obtendo ótima e inesperada votação e logo em seguida conquistou, nas urnas, o direito de retornar ao comando da Prefeitura de Nova Andradina, porém já abandonou o candidato do seu partido, optando pelo apoio ao “adversário” petista.
Como fica a situação da deputada Hashioka? No mínimo é politicamente estranha, gerando dúvidas se vai seguir a orientação do marido ou se manter fiel ao seu partido, que tem o deputado Reinaldo Azambuja como candidato ao Governo do Estado. Qualquer que seja a sua opção terá o feudo eleitoral restrito à região de Nova Andradina invadido por candidatos fiéis ao representante Tucano ou, caso contrário, por postulantes ligados aos petistas. Não poderá navegar por 90 dias nas águas turvas da política com os pés em duas canoas.
Tereza Domingos Name (PSD)
Tereza Name |
Maria Antonieta Amorim (PMDB)
Ela que foi primeira Dama de Campo Grande durante oito anos consecutivos, sempre gostou de política desde a mais tenra infância, mas só se revelou para o público em geral quando, na função de recém empossada no cargo responsável pela área social da administração de Nelsinho Trad (2005) “encarou “ as águas que invadiam casas na vila Popular para ajudar no resgate de idosos, crianças e deficientes físicos presos em seus inseguros lares. Surpreendendo bombeiros, “Jipeiros” e voluntários que perguntavam: “Quem é aquela baixinha brigando contra a correnteza?”
Seis anos depois foi eleita suplente do senador Waldemir Moka PMDB), colaborando decisivamente na vitória do peemedebista. Sua história começou assim e terminará depois de muitas vitórias, com certeza.
A LINDA HISTÓRIA DAS MULHERES NA POLÍTICA E NA AÇÃO SOCIAL
Com forte tradição de participação na vida pública na região sul do velho Mato Grosso, desde a redemocratização iniciada com o fim da ditadura comandada por Getúlio Vargas em 1945, as mulheres tiveram como primeira representante a professora Oliva Enciso, que se elegeu vereadora em Campo Grande e posteriormente deputada estadual pela UDN.
Conselheira Marisa Serrano |
Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul tiveram brilhante participação as ex-deputadas Celina Jallad, Marilu Guimarães e Marilene Moraes Coimbra.
Já na Câmara Federal o Estado teve duas representantes que fizeram história: Marilu Guimarães, que foi também vice-prefeita de Campo Grande, e Marisa Serrano, que após dois mandatos, foi a primeira senadora de MS.
OUTROS NOMES
Tereza Cristina Correa da Costa |
Na verdade o número de candidatas está aumentando consideravelmente, pois os partidos cumprem as exigências da Legislação em vigor que destina 30% das vagas às representantes do sexo feminino.
´(*) O autor é jornalista e foi presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, prefeito da Capital, Deputado Estadual, chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Saúde e sub-chefe da Casa Civil no Governo de Pedro Pedrossian.